Muita gente sabe o que é, mas não faz ideia da quantidade de detalhes que os porta-aviões, ou navios-aeródromos, possuem para que um pouso ou decolagem sejam perfeitos.
Seu convés mede, geralmente, de 200 a 330 metros, com peso variando entre 28 até quase 100 milhares de toneladas, e com uma alta capacidade de transportar aeronaves de combate ou helicópteros. E são armados até os dentes (usando um português bem claro), geralmente escoltados por potentes fragatas.
Os porta-aviões são embarcações de extrema importância para dar ênfase nas manobras militares, tendo uma enorme chance de alcançar belos pontos estratégicos.
Partindo para algumas partes técnicas, um porta-aviões é composto por um convés de voo (podendo ser chamado de convoo), convés de hangar, uma ilha (construção no alto do convés onde os oficiais monitoram os voos e o navio), espaço para a tripulação morar e trabalhar, casa de força para gerar propulsão e suprimento elétrico, um casco bem resistente (para manter o navio flutuando e também bem protegido de possíveis ataques), e claro, armamento adequado para auto-defesa.
Para as operações de pousos e decolagens, acabam sendo bem distintos da aviação tradicional. Para o pouso, os porta-aviões do tipo CATOBAR ou STOBAR possuem o “arrestor gear”, ou cabo de retenção. Geralmente são posicionados em uma fileira contendo 3, 4 ou 5 cabos, dependendo da embarcação, onde o tailhook (gancho localizado na traseira inferior da aeronave), deve ser engatado no momento do pouso, para que a frenagem seja segura.
Estes cabos são projetados para segurar uma aeronave de até 23 toneladas se aproximando a 130 nós, com uma capacidade teórica de absorver incríveis 47,5 milhões de de libras/pés, fazendo com que toda a energia cinética da aeronave no momento do “run-out” seja absorvida pelo cabo. Ainda neste mesmo sistema de segurança, em um pouso de emergência, são erguidas barricadas como último recurso.
No momento da aproximação, o navio-aeródromo deve navegar contra o vento em sua velocidade máxima, que gira em torno de 25 a 40 nós, enquanto a aeronave se aproxime com uma velocidade não superior a 130 nós. Após o toque sobre o convoo, engatando ou não nos cabos, o piloto deve aplicar potência máxima, a fim de evitar cair no mar em um possível desengate ou falha em atingir o alvo. Caso engatado, os cabos farão todo o serviço.
Para a decolagem, há uma grande necessidade das tecnologias militares para que uma aeronave possa ser colocada em voo, já que o convés não é longo o bastante.
O lado bom é que, na ausência de um vento favorável, o navio pode se descolar e ainda gerar ventos favoráveis. Sempre há, no entanto, a necessidade de um auxílio para que a aeronave possa decolar com segurança – por isso a utilização de catapultas – mas estas acabam sendo grosseiramente potentes, ainda mais as atuais que são a vapor.
Para se ter uma noção, elas impulsionam a aeronave de 0 a 240 km/h em apenas 2 segundos, com 53 metros de pista. Isto aplica em média 5 G de força sobre o corpo do piloto.
Veja um pouco destes sistemas a bordo do Almirante Soyuza Kuznetsov:
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