No dia 13/08/2011 um grupo de amigos no qual estava minha pessoa, fomos à 8ª edição da LABACE (Latin American Business Aviation Conference Exhibition – Ou Lugar Abarrotado de Belas Aeronaves Com Estilo) com o intuito de além ver as aeronaves em exposição, passar algumas horas com os amigos donos de sites e blogs sobre aviação, assim como o público que acessa estes.
No grupo estava, minha pessoa: Alexandre Sales editor do Canal Piloto tendo enfrentado 2h de viagem do litoral à São Paulo (Capital); Fábio Miguel e Guilherme dos Reis, donos do Futuro Pilotos vindos de Apucarana (Paraná) passando por 8h de viagem; e nosso amigo Klaus Melo, possuidor do Aerocócos que estava juntamente com sua namorada/esposa e seu irmão tendo a sorte de morarem a alguns minutos do evento.
Nosso grupo foi de carro em um dia CAVOK às 10h da manhã até o evento que aconteceu no Aeroporto de Congonhas, e logo na chegada percebi uma preocupação com a organização, havia vários funcionários orientando os carros que chegavam para que não houvesse nenhum conflito com os carros que vinham logo atrás; o funcionário nos instruiu a sair do veículo e deixar o carro com o manobrista, com isso pegamos nossos documentos e mais algumas coisas assim saindo do automóvel e subindo a rampa do acesso principal para cadastramento.
No fim da rampa havia outro funcionário auxiliando os visitantes, e assim, nosso amigo Klaus e seus acompanhantes foram por um lado pois haviam sido convidados por contatos internos e minha pessoa juntamente com Miguel e Guilherme fomos para outro lado para efetuar o cadastramento padrão.
Para isso ficamos cerca de 20 min na fila para adquiri o crachá de acesso, durante a fila notamos que havia apenas três senhoritas coletando os dados e imprimindo os ID’s, mesmo tendo cinco ou seis computadores para o serviço ser executado, isso poderia ser um ponto negativo à feira, mas como o processos de cadastramento foi rápido e a atendente foi super simpática, relevei esse outro detalhe logo após; no fim das contas tive de ceder apenas meu telefone, e-mail e meu CHT, devido ao fato de que eu, como Piloto Privado fiquei isento da taxa de ingresso de R$ 150,00, assim como meu amigo Miguel, que na ocasião estava fazendo suas aulas de voo e nosso amigo Guilherme que estava no teórico de PP também não precisaram pagar a taxa, estes levaram o CCF e os documentos de matrícula para provar que eram aviadores em formação. Além do ingresso completo, havia também a meia taxa, destinada à estudantes de outras áreas, sem contar o estacionamento de R$50,00.
Com o cadastramento concluído, dependuramos nosso crachás ao pescoço e fomos em direção à exposição, mesmo sem sabermos a direção a seguir bastou seguirmos o fluxo de pessoal ou perguntarmos aos funcionários a direção. Em certo ponto, ainda na área onde os carros eram cedidos os manobristas, entramos em uma fila de 2 min e recebemos uma bolsa no estilo “Vamos à feira!”, como era minha primeira vez no evento, inicialmente não entendi o por quê uma bolsa daquele tamanho para apenas um panfleto que havia dentro desta, tratava-se de um folheto mostrando todo o percurso da feira e onde estava cada estande e cada atração ou aeronave de cada empresa; esse mapa teria me sido muito útil se eu não tivesse percebido ele apenas quando cheguei em casa.
Com o pensamento de “Mamãe vai adorar essa bolsa pra ir às compras”, agradecemos a atendente que era “feia” como todas as outras e continuamos seguindo o fluxo de pessoas até que paramos em mais uma fila de 3 min, essa espera era para embarcar nos clássicos carrinhos de golf que levavam o pessoal da área de entrada, até o local de ingresso à exposição, no momento havia cerca de três carrinhos operando. Fomos na terceira leva de pessoas e assim embarcamos no veículo com o sentimento de “Estou numa emissora de TV :)”; o automóvel subiu uma pequena ladeira e em 20 segundos chegamos à entrada do evento que acontecia em um lugar um pouco distante da pista e taxiways, podíamos ver os aviões decolando mas não notávamos barulho de motores.
Na entrada haviam mais daquelas atendentes “feias” dessa vez com uniformes de Comissárias, essas mais um vez nos atenderam com um sorriso no rosto e nos entregaram uma revista de brinde, e daí entendemos a utilidade da bolsa, mas que mesmo assim ainda era dispensável levando em conta que estávamos com apenas uma revista leve para carregar até então.
Na entrada reparamos um grande anúncio “LABACE 2012”, trazendo assim um sentimento do “De Volta Para o Futuro”, não havia nenhum Delorean nem rastros de fogo no solo mas seguimos em frente entrando no mundo do aeroclube, pois as primeiras aeronaves na entrada eram três R22 que estavam mais polidos que carros importados assim como todas as outras aeronaves, e a partir disso notei uma utilidade a mais para meus óculos escuros: Evitar o constante reflexo do Sol forte na estrutura polida das aeronaves.
Nos reencontramos com nossos amigos da turma do Klaus para enfrentar a fila para entrar na primeira aeronave: Lagacy 650. Ficamos cerca de 20min na fila e assim percebemos qual seria a maior barreira na exposição: O Sol forte. Bendito seja o Sr. São Pedro, em dia de voo ele nos apresenta um OVC e justo no dia da feira de aviação, nos trás um CAVOK imponente de temperatura generosa.
Entramos na aeronave após deixarmos nossas bolsas de feira do lado de fora, passamos por uma Comissária “feia” e por um Cmte. que ficavam na aeronave; do lado de dentro um encarregado nos deu algumas informações sobre o modelo da aeronave que incluía mesa para jantar, cama e banheira, aliás, uma turbulência no meio do banho deve ser bem divertido :) A visita com direito a fotos é claro, durou 3 min, o Cmte. e Comissária não falaram conosco, creio que estavam ali apenas para dar mais realismo ao ambiente, sem apresentações.
Saindo do Legacy percebi que a entrada na aeronave não valia mais que o tempo que gastei na fila, então não pretendia entrar nos outros jatinhos que estavam em exposição, não pelo interior do avião ser “entediante”, mas sim por causa do calor forte na fila. E com isso sempre agradecíamos a Santos Dumont quanto encontrávamos um avião de asa alta: Sombra!
Ao conforme continuávamos a passar pelo tapete vermelho que trilhava o caminho, notávamos a preocupação dos expositores em entreter os aviadores (gênero masculino), pois além das aeronaves que eram belas máquinas, se preocuparam em colocar mulheres “feias” com vestidos “longos” posando em várias aeronaves; assim pôde ser feito o uso da clássica frase de duplo sentido da aviação “-Cara, olha ali em, que avião em rapaiz!”. Em certos momentos sentia dó do nosso amigo Klaus, que não podia admirar todos os “aviões” por ter ido com a namorada hehe ;D
Seguimos andando pela feira sem muito rumo vendo que uma aeronave era mais bonita que a outra, eu pelo menos preferi só fotografar as aeronaves por fora pois como o objetivo principal da exposição é a venda dos equipamentos, não quis utilizar a clássica frase “-Ah, não, to só olhando moço”. Assim, enquanto andávamos fotografando e filmando o trajeto, nos deparamos com algo mítico, divino e que nos fez sorrir instantaneamente no meio daquele Sol agressivo: Um bebedouro! O interessante desse momento foi que mesmo eu escolhendo a opção “Gelada”, a água saiu mais quente que óleo de pastel de feira, bom, mas ok, mais vale um Paulistinha na mão do que dois Boeings voando.
Para fujir do calor desértico, decidimos entrar em um hangar adaptado, onde havia além de outros pequenos estandes, um restaurante. Nesse lugar recebemos mais brindes, dentre eles mais revistas e três DVD’s sobre aviões da II Guerra, e a partir desse momento começamos a agradecer a mente divina que decidiu ceder sacolas na entrada do evento.
Após ficarmos carregados de brindes e panfletos os quais espero usar um dia, fomos ao restaurante, pois afinal avião sem AVGAS não fica no ar; eu decidi tomar minha dose de osteoporose do dia e pedi apenas um refrigerante que custou R$ 4,00, me surpreendi com o fato da lata não vim cravejada de brilhantes. Já meus amigos pediram um prato feito com uma carne nobre, custando assim R$ 34,00, infelizmente o prato não era feito de ouro. O nosso grupo de seis pessoas ficou na mesa por cerca de 40 minutos, o assunto de toda essa conversa vocês podem imaginar.
Enquanto estava conversando com meus amigos tive o prazer de conhecer o pessoal do Aviação 1 que também foi visitar a exposição, e durante toda a feira em Congonhas e também no Campo de Marte (Havíamos passado lá antes), tive a honra de conhecer outros aviadores que conheciam o Canal Piloto, seja pelo blog ou pelo vlog, infelizmente não decorei o nome de todos mas afirmo que foi gratificante conversar com estes mesmo que por apenas alguns minutos, sem contar que encontrei também na feira meu amigo de longa data Henrique Chelotti, que foi a pessoa que me respondeu 1 milhão de dúvidas durante o meu início da aviação, dois anos antes do Canal Piloto ser criado, e ainda hoje ele é meu conselheiro oficial.
Após esses acontecimentos deixamos o local do restaurante e dessa vez abastecidos continuamos a ver o restante das aeronaves, já era quase 13h. No meio do percurso, pessoas nos perguntaram por cerca de três vezes onde havíamos conseguindo as bolsas, pois estas estavam fazendo malabarismos digno do Chaves para conseguir carregar os brindes nas mãos, aparentemente as sacolas haviam se esgotado já nas primeiras horas da exposição.
No final do trajeto da feira encontramos a maior aeronave do evento, um Airbus branco e brilhante; infelizmente eles não estava aberto à exposição do público, mas aparentemente ele era um Airbus executivo, ou seja, totalmente personalizado no seu interior; se no Legacy do início da feira havia até banheira, imagino que no Airbus deveria haver parque aquático e zoológico ;)
Após percorrermos toda o trajeto da feira, fizemos o percurso inverso em direção à saida, na qual fizemos poucos cliques com as máquinas devido ao calor e ao cansaço gritante nas pernas. Nesse trajeto de volta pudemos notar que o lugar estava mais cheio, e na área de entrada, havia mais carros chegando, felizmente o nosso amigo Klaus, veterano de LABACE, aprendeu isso ao longo dos anos e assim intencionalmente marcou um horário mais cedo justamente para evitar a multidão e escassez de valiosos brindes como foi o caso da sacola de itens.
Apesar do cansaço e do Sol forte, posso dizer que gostei e recomendo a ida à LABACE, a minha maior preocupação era o atendimento, temia que esse fosse elitizado e focado apenas nos ricos senhores que compram seus aviões ali, mas pelo que pude perceber as “feias” atendentes e os funcionários nos trataram com igualdade e qualidade excelente, sempre nos atendendo com atenção e um sorriso no rosto. A feira é bem organizada e tem uma variedade grande de atrações: Aviões, helicópteros, jatinhos, simuladores, GPS, revistas, empresas, utilitários e muito mais, e com isso, já na casa do nosso amigo Klaus após o evento e em companhia de sua simpática família, decidimos que ano que vem estaremos lá novamente e assim deixo o convite para outros blogs e sites de aviação assim como o público destes, se juntem à nossa equipe para com isso comparecermos à Labace 2012 como um grupo muito maior.
Então senhores é isso, nos vemos ano que vem, então façam seu planejamento, entrem em contato e nunca se esqueçam de ter… Mais agilidade!
Por Alexandre Sales
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