5 motivos para não fazer o curso teórico de PP

Anteriormente citamos 5 motivos para fazer o curso teórico de PP, visando auxiliar aqueles que estivessem em dúvida sobre como estudar para a prova da ANAC. Para complementar o raciocínio agora, iremos mostras os prós do outro extremo.

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Afinal, se o curso teórico homologado possui as vantagens já citadas, porque muitos ainda estudam por conta própria?


Distância do local

A formação aeronáutica ainda é um mercado de nicho no Brasil. Muitas das escolas/aeroclubes que possuem curso teórico, o fazem no próprio aeroporto, e as que possuem unidades nas cidades ainda estão em pequeno número.

Com esse cenário, fica difícil um aluno cogitar estudar através de um curso teórico homologado, se ele terá que se deslocar por 4 horas todos os dias para chegar na sala de aula, seja nos finais de semana para um curso intensivo, ou pior, de Segunda à Sexta para um curso padrão.


Formação de turmas

“Estude no curso homologado, o ensino é padronizado” – Tal qual todas as outras vantagens, é fácil citar essa quando a pessoa tem acesso a uma escola que forma turmas a cada 4, ou até 2 meses.

Na região onde moro por exemplo, há apenas uma escola de ensino teórico. Quando eu estava iniciando minha formação cheguei a entrar em contato para saber detalhes sobre o curso, e fui informado de que o início das turmas estava eternamente sendo postergado devido a falta de alunos, mas que eu podia deixar meu nome na lista para ser chamado “quando e se” um dia eles fechassem uma turma.

Ao longo do tempo vi que esse não era um caso isolado, e soube através de amigos que em certos lugares há turmas de apenas 5 alunos, devido ao mesmo motivo.


Adequação na rotina

Apesar de muitos imaginarem que os jovens são a maioria dos que ingressam na aviação, uma boa parcela é constituída por pessoas mais velhas, que já estão ingressadas no mercado de trabalho em outra profissão.

Nesses casos, quando há o trabalho e possivelmente família própria, nem sempre há como se comprometer com a frequência do curso teórico. As faltas refletirão no ensino, e consequentemente no aproveitamento.

Através do estudo autodidata, com disciplina, é possível adequar este método à sua rotina pessoal.


Material focado no autodidata

Com o tempo acabei possuindo vários livros de algumas matérias da aviação, e lembro que em um dos mais antigos havia uma citação como “Seu professor poderá lhe dar exercícios complementares”.

Ou seja, muitos dos livros técnicos clássicos da aviação, partiam do princípio de que o aluno sempre estaria acompanhado de um professor, para poder lhe auxiliar na compreensão ou fixação do conceito. Com tais materiais, o ensino autodidata poderia encontrar certas barreiras.

Com o tempo, livros de outras editoras foram lançados, tendo como um dos pilares o estudo autodidata. Sendo assim, com uma didática própria ao método, ficou bem mais simples compreender por si só o que até então requeria um professor.


Ao final, a prova é quem decide

O debate da questão “O curso teórico de PP deve ou não ser obrigatório?” nunca irá acabar.

Entretanto, um dos argumentos mais orgânicos dessa discussão é de que não importa o método de ensino, pois os alunos de ambas as frentes irão enfrentar o mesmo método de verificação: a prova da ANAC. Sendo aprovado, não há o que se discutir.

Todos os outros complementos que podem ser aprendidos no curso teórico, como conceitos de segurança de voo e fisiologia, (infelizmente) não fazem parte do conteúdo programático da ANAC, e portanto, não podem ser utilizados para elevar a importância do curso teórico perante o autodidata.

Em minha opinião, creio que a solução não seja tornar o curso teórico de PP obrigatório, e sim impor uma reformulação das matérias cobradas pela ANAC para a prova do CCT. Isso faria com que os cursos e livros se atualizassem, assim afetando positivamente os alunos de ambas as modalidades, e resolvendo o problema.

Alexandre Sales
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