O passageiro em geral pode ainda não estar muito interessado nesse assunto – ainda – mas os aviões comerciais sem piloto podem ser uma grande vantagem para a indústria aeroespacial, e alguns analistas financeiros enxergam uma evolução natural nesse sentido.
“Economias significativas podem ser geradas através da otimização da missão, maior previsibilidade e redução da equipe de voo e custos de treinamento”, segundo novo relatório da UBS aerospace, airlines and logistics. “Os jovens (18-34) e os entrevistados com maior nível de instrução encontraram-se mais dispostos a voar em um avião sem piloto. Isso é um bom presságio para a tecnologia à medida que a população envelhece”.
Os analistas calculam uma oportunidade de lucros na casa dos 35 bilhões de dólares, nos setores de produção aeronáutica e aeroespacial. Isso inclui:
Mais de US$ 26 bilhões em economia de custos com pilotos para companhia aéreas cobertas pelo UBS; mais de US$ 3 bilhões em economias similares para a aviação executiva; US$ 2,1 para helicópteros civis; Economias combinadas de mais US$ 1 bilhão, ou cerca 1% do gasto global de combustível do setor; mais de US$ 3 bilhões por ano em economia proveniente de redução de prêmio de seguros (voos mais seguros) e treinamento de pilotos, e ainda, acréscimo de receita com o aumento da taxa de utilização (carga e passageiros).
“Acreditamos que os maiores beneficiários potenciais entre os fornecedores seriam aqueles expostos à aviônica e às comunicações: Thales, Rockwell Collins e Honeywell”. Mas os fabricantes de equipamentos originais (OEM), as companhias aéreas e outros também se beneficiariam, é claro.
“Com o aumento dos avanços tecnológicos e custos mais baixos, a Airbus e a Boeing poderiam aumentar o apelo de seus futuros programas de aeronaves”, continua o UBS. E, assumindo que as companhias aéreas comerciais detém todo aumento de lucros de aviões sem piloto, aquelas que poderiam ter o maior aumento de ganhos antes dos impostos seriam: Thai Airways (cerca de 90%); China Oriental (80%); American Airlines (200%); United Airlines (100%); EasyJet (60%); E Air France-KLM (50%).
As operadoras de carga FedEx e UPS também poderiam obter um potencial aumento de US$ 1 bilhão. Os analistas disseram que esperam que os transportadores de carga estejam na vanguarda da adoção.
Tecnicamente, supõe o UBS, aeronaves controladas remotamente para transportar passageiros e carga podem aparecer por volta de 2025. Mas os analistas admitem que isso demandaria uma grande alteração nos regulamentos, e uma mudança ainda maior na percepção do consumidor. O UBS pesquisou cerca de 8 mil pessoas e descobriu que provavelmente 54% não tomariam um vôo desse tipo. Apenas 17% disseram que sim. Por nacionalidade, os inquiridos franceses e alemães eram os mais improváveis de embarcar em um voo sem piloto.
Ainda assim, aqueles com idade entre 18 a 34 anos estavam mais dispostos a voar em um avião sem piloto, cerca de 30% dos entrevistados. Então, o UBS conclui que a aceitação deve crescer com o tempo.
Enquanto isso, a Boeing está se preparando para testar tecnologias sem piloto no próximo ano, com a inteligência artificial tomando algumas decisões. Ao mesmo tempo, a Airbus tem três iniciativas girando em torno da mobilidade aérea urbana – os projetos Vahana, CityAirbus e Skyways -, além de testar seu jato não tripulado Sagitta.
Fica a pergunta: afinal, piloto de aeronaves é uma profissão com futuro?
Texto traduzido e adaptado do site Aviation Week
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