Cheirinho de novo, plástico nos bancos, comandos suaves e portas sem qualquer ruído ao fechar ou abrir. Foi com essa sensação de carro novo que, em 18 de dezembro do ano passado, pousou no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, uma das maiores novidades da aviação brasileira para o ano de 2016: o Airbus A350 XWB de prefixo PR-XTA, pertencente à TAM Linhas Aéreas. Prevista para fazer seu primeiro voo com passageiros ainda neste mês de janeiro, a aeronave é a primeira deste modelo em todas as Américas (incluindo a do Norte!), um pioneirismo de causar orgulho a qualquer bom brasileiro.
Mas que novidades, exatamente, o A350 XWB traz à aviação brasileira e mundial? Como ele muda nossa indústria aeronáutica, e o mercado de trabalho a ela associado? Para responder a essas perguntas, vejamos cada aspecto sob os quais o Airbus A350 promete revolucionar a aviação comercial:
Para os passageiros…
Aos olhos mais leigos, o A350 se distingue pelo para-brisa na cor preta, que lhe confere uma aparência de “máscara negra”. No entanto, esse não seria o único motivo para a Airbus desembolsar algo em torno de 11 bilhões de Euros em seu projeto. Totalmente reformulado em comparação aos seus antecessores, o A350 conta com uma fuselagem feita de polímeros reforçados com fibra de carbono, mais leve e resistente.
Para a companhia aérea, representa maior eficiência no consumo de combustível, além de menor emissão de poluentes e ruídos; para os passageiros, uma aeronave mais silenciosa e espaçosa, já que o A350 acomoda até 10 passageiros por fileira, podendo transportar até 348 passageiros, na configuração escolhida pela companhia brasileira. A designação XWB, inclusive, corresponde a “Extra Wide Body”, ou cabine extra-larga. Sua fuselagem mais resistente permite também maior umidade dentro da cabine, reduzindo o efeito de “ar seco” que comumente causa incômodo a muitos passageiros.
Para a tripulação…
A aviônica embarcada do Airbus A350 atende ao recente conceito de IMA (Integrated Modular Avionics, ou Aviônica Integrada Modular, em tradução livre), distinguível pelas amplas telas de LCD que ocupam uma porção maior do painel de instrumentos. Além de combinar PFD e visor de navegação em um único display, por exemplo, o IMA gerencia até 40 funções do A350, contra as 23 funções que gerencia no A380, primeiro modelo da companhia a contar com essa tecnologia.
Para os pilotos, há ainda a comodidade de um display semelhante a um tablet, onde podem ser visualizadas versões digitais das cartas aeronáuticas, com dados do voo atualizados em tempo real.
…e para os futuros pilotos?
Além do PR-XTA ser apenas o primeiro de 27 unidades da futura frota, a TAM linhas aéreas não é a única companhia brasileira a adquirir o A350. Avianca e Azul já contam com pedidos firmes de novas aeronaves do mesmo modelo, as quais devem ser entregues entre 2016 e 2017. Logicamente, os pilotos mais experientes devem ser designados para assumir o comando das novas aeronaves. No entanto, um aumento de frota representa maior demanda de pilotos, tendendo a criar oportunidades nas tripulações de base. Algo pelo qual torcemos, pelo bem dos pilotos comerciais recém-formados que aguardam por sua oportunidade.
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