Recentemente, o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) da Força Aérea Brasileira, carinhosamente apelidado pela população de “Esquadrilha da Fumaça”, iniciou suas apresentações com a sua mais nova aeronave, o A-29 Supertucano. Utilizada por nações como Afeganistão, Colômbia e Estados Unidos, além do próprio Brasil, a poderosa aeronave brasileira de ataque tático e interceptação possui 1600 shp de potência, contra 750 shp de seu antecessor, o T-27 Tucano. Também é capaz de operar nas hostis condições da Floresta Amazônica, premissa exigida pela FAB para a viabilidade do projeto.
Nas mãos dos habilidosos pilotos do EDA, os Supertucanos causam inveja a renomados esquadrões acrobáticos do resto do mundo, como os Blue Angels americanos e os Red Arrows da Inglaterra. O sucesso dessa poderosa combinação homem-máquina é consagrado pelas complexas manobras que o esquadrão desenvolve e executa. Confira agora cinco exemplos de manobras capazes de tirar o seu fôlego, ainda que você não esteja a bordo de um Supertucano enquanto ele mostra do que ele é capaz:
Split
A manobra começa com três aeronaves lateralmente alinhadas em voo. A aeronave do centro destaca-se da formação para um “oito cubano” transversal – um “S” vertical combinando dois loopings, de forma a entrelaçar a trajetória paralela das outras duas aeronaves. A aeronave central finaliza sua manobra com uma subida vertical, rente a um cruzamento efetuado pelos seus alas.
DNA com Duas Voltas
A base desta manobra consiste de um “espelho” entre duas aeronaves. Alinhadas verticalmente, a aeronave inferior efetua um voo normal, enquanto a aeronave superior voa de dorso, logo acima da primeira aeronave. Uma terceira aeronave efetua um tonneau barril rente à trajetória das outras duas aeronaves.
O voo de dorso, inclusive, é uma das especialidades da Esquadrilha. Graças a ele, o EDA configura no Livro Guinness dos Recordes, após efetuar um voo de dorso com doze aeronaves em formação.
Bomba
Uma das manobras mais famosas da Esquadrilha. Quatro aeronaves efetuam um looping, ingressando nele alinhadas lateralmente e mudando para uma formação em cruz no meio da manobra. Uma quinta aeronave voa em rota de colisão com a formatura, a fim de explodir a “bomba”. Momentos antes do que seria uma colisão no fim do looping, as quatro primeiras aeronaves desviam em direções distintas: uma para cima, uma para baixo, e as demais, uma para cada lado.
Looping com desfolhado
Se um looping perfeito já é difícil de ser efetuado por um único piloto, imagine efetuá-lo com seis aeronaves em formação delta. Quando as aeronaves estão apontadas diretamente para o solo, a formação quebra-se no desfolhado, uma espécie de “asterisco” de seis pontas. A simetria dos ângulos entre as aeronaves, bem como a altitude em que saem do desfolhado, devem ser precisas e perfeitas.
Coração
É a manobra com a qual a Esquadrilha geralmente encerra suas apresentações. Seis aeronaves ingressam juntas na manobra, dividindo-se em dois grupos. Cada grupo inicia um meio looping de costas para o outro, alongando-o para formar um meio coração. A altura máxima da manobra, a forma de moldá-la, a altitude do ponto de encontro e o alinhamento deste último com o início da manobra, tudo deve ter uma precisão milimétrica para formar um coração perfeito. E a Esquadrilha o efetua com mestria inigualável, cumprindo sua principal missão: acender no público a paixão pela aviação e pela pátria.
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