Durante os últimos tempos tenho ouvido muitas pessoas falarem que o Campo de Marte seria desativado. Sempre pensei: “É impossível, nunca vão desativar um aeroporto tão tradicional e importante!”. Pois o impossível aconteceu, está definida a data que o tradicional aeroporto deixará de operar para aviões.
Segundo o atual prefeito de São Paulo, a partir de 2017, somente helicópteros poderão operar no local. Mesmo a capital do estado tendo uma das maiores frotas de asas rotativas do mundo, essa é uma decisão que vai de encontro ao discurso político do governo nos últimos tempos. Onde uma das prioridades seria melhorar a infraestrutura aeroportuária do país e levando em conta que o local é um ponto estratégico, nada mais natural que investir no aeroporto.
Mas foi o contrário. Segundo a prefeitura, a região tem potencial de urbanização e eles querem explorar todo esse potencial. Estão ávidos por gerar empregos e querem instalar empresas no local. Será que não existem empresas operando lá? Será que não é possível investir em aviação e gerar mais empregos ainda?
Isso me pareceu mais uma pequena jogada política para gerar notícia e discussão do que realmente uma decisão. Junto as notícias, ficou bem claro que o aeroporto será desativado somente quando houver alternativas que atendam a necessidade que o Campo de Marte esteja suprindo. Mas ainda assim, acredito que acabar com um dos aeródromos mais relevantes para a aviação brasileira não é a solução. A não ser que a intenção dos responsáveis seja despertar a ira dos aviadores, aí eles estão cumprindo bem o seu objetivo.
Assistindo toda essa discussão e analisando a velocidade das obras no setor, eu até fico tranquilo. Se a desativação do Campo de Marte está ligada a construção de novos aeroportos e nenhum deles está sendo feito levando em consideração o atendimento as normas da FIFA para a Copa do Mundo, teremos ainda uns bons anos a frente com um dos aeródromos que tanto amamos em operação e ajudando na formação de novos aviadores.
Mas cedo ou tarde, esse assunto voltará a ser discutido e teremos mais pressão política que isso aconteça. Triste, mas parece ser o destino que está reservado para o local.
Pena que nossos políticos também não são de alto nível
Abraços e até a próxima semana!
Renato Cobel
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