História das Companhias Aéreas – Capítulo 83

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No início da década de 1920, a aviação civil americana atravessava sérios problemas de carência de regulamentação. As exibições de ases da Primeira Guerra Mundial, aliadas ao recém surgido barnstorming (movimento que daria origem à aviação acrobática civil), ceifavam as vidas de inúmeros pilotos. Para que a aviação pudesse ser considerada como uma opção viável de investimento, seria necessário demonstrar níveis de confiabilidade adequados ao transporte de cargas, e principalmente, níveis de segurança condizentes com o transporte de vidas humanas. Pensando nisso, e visando atender a solicitações de fabricantes de aeronaves de sua época, o então presidente americano, Calvin Coolidge, nomeou um comitê para investigar as causas da recente onda de acidentes aéreos.

As investigações levaram à criação dos primeiros regulamentos aéreos de segurança, e em 20 de Maio de 1926, entrou em vigor o “Air Commerce Act” – algo que podemos chamar de “Ato da Aviação Comercial”, em tradução livre. O Ato permitiu o surgimento de órgãos de controle de tráfego aéreo, a criação de rádio-auxílios para navegação, e também estabeleceu os termos de funcionamento dos primeiros “Operadores de Base Fixa”, ou FBOs, do termo em inglês Fixed-Base Operator. Os FBOs são autorizados a erguer instalações dentro do perímetro de um aeroporto, provendo serviços de hangaragem, manutenção de aeronaves, abastecimento, treinamento de pilotos, táxi aéreo e voos charter, entre outros serviços de apoio à aviação geral.

Foi sob os termos de funcionamento dos FBOs que, em 1929, nasceu a Wiggins Airways, uma pequena companhia de voos charter e de carga, cuja base está situada no Aeroporto Regional de Manchester, em Boston, nos EUA. Além de prover serviços de abastecimento a aeronaves privadas e comerciais, a maior parte dos serviços da Wiggins Airways consiste em operar voos de carga para a UPS e para a FedEx, duas das maiores empresas de logística da atualidade.

A maior parte da frota da companhia é composta por aeronaves Cessna C208 Caravan, num total de 31 unidades deste modelo. Dentre as 52 aeronaves que compõem a frota, há ainda três unidades do brasileiro Embraer EMB-110 Bandeirante. De propriedade dos seus próprios funcionários, que compõem um quadro em torno de 145 profissionais, a empresa apresenta um faturamento estimado em 24 milhões de dólares anuais.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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