Era uma vez o Christiaan, um jovem piloto holandês que ama fotografia. Christiaan tem o emprego dos sonhos de muitos: é copiloto de Boeing 747-8F numa das mais importantes companhias aéreas cargueiras do mundo. Só voar um avião desse, em rotas que chegam a dar a volta ao mundo duas vezes por mês já seria incrível, mas o que vamos contar aqui supera em muito as expectativas mais ambiciosas.
No último dia 24 de agosto, Christiaan e sua tripulação decolaram de Hong Kong para um voo noturno de pouco menos de 9 horas até Anchorage, no Alaska, um dos mais importantes entrepostos cargueiros do planeta por sua localização estratégica. Fazia 5 horas que estavam voando, naquele momento estavam nivelados a 34 mil pés, seguindo uma rota naquele dia mais ao sul do que de costume.
Estavam no sentido nordeste, pela aerovia A390 centenas de quilômetros ao sul da Península de Kamchatka, quando um flash de luz, segundo Christiaan como se fosse um relâmpago, mas muito intenso e vertical, se desprendeu em direção ao espaço no horizonte à frente deles. Ele e sua tripulação acharam estranho, e Christiaan resolveu pegar sua câmera profissional e tirar algumas fotos da luz esverdeada dispersa que cobria todo o céu do Hemisfério Norte naquela noite. Assim como ao flash, ele nunca vira aquela luz antes. Conhecia bem a aurora boreal em suas 5 mil horas de voo, já cruzara várias vezes com ela antes, mas aquela luz era diferente. Cerca de vinte minutos depois, tendo deixado a costa do Japão para trás já há algum tempo, Christiaan notou um estranho brilho alaranjado que iluminava as nuvens mais baixas dezenas de quilômetros à frente. Aquilo era totalmente intrigante, pois a mais de mil quilômetros de qualquer grande cidade, centenas de quilômetros oceano adentro, aquela visão não fazia sentido algum. Além do quê, diferente da luz branca/amarela das cidades e mesmo dos barcos pesqueiros, aquela luz era de um vermelho e laranja intenso. Com aquele distante ponto luminoso quase meia hora de voo à frente, eles pensaram tratar-se talvez de uma imensa erupção vulcânica no leito marinho. Estavam próximos ao chamado “círculo de fogo do Pacífico” e terremotos haviam ocorrido naquele dia em outras partes do mundo.
Como o aeroporto mais próximo para o pouso de um avião das dimensões do jumbo cargueiro estava a mais de 2 horas de voo dali, eles se sentiram desconfortáveis com a possibilidade de enfrentar uma invisível pluma de cinza vulcânica, perigo imenso e conhecido para aeronaves, em plena noite sobre o Pacífico. Mas nada de cinzas, apenas aquele ponto luminoso na superfície do oceano que se aproximava a quase mil quilômetros por hora. Os pilotos mal podiam acreditar no que viam, e sem nenhum outro tráfego próximo para dividir a informação, Christiaan começou a tirar fotos enquanto reportavam o estranho fenômeno para o controle de tráfego aéreo. Conforme se aproximaram, perceberam que as luzes não podiam ser vistas diretamente: apenas iluminavam uma camada baixa de nuvens, de forma bastante intensa e impressionante, e às luzes vermelhas e laranjas, que segundo Christiaan não se mexiam nem oscilavam, somaram-se luzes verdes menores.
Assustados, mas também maravilhados com a visão, os aviadores seguiram seu voo até Anchorage sem que nada de anormal além daquela visão acontecesse.
O evento, reportado por eles, está sendo investigado, e Christiaan já avisou que se for descoberta uma imensa e nova ilha ali, que ele espera que coloquem seu nome nela. Abaixo, para vocês terem ideia do tamanho da mancha, uma foto tirada da mesma altura e com as mesmas lentes da cidade de Winnipeg, no Canadá. A cidade tem cerca de 40km de largura. Só assim para termos ideia da dimensão do evento fantástico e até agora sem explicação que Christiaan van Heijst e sua tripulação testemunharam naquela noite.
Todas as fotos e gráficos por Christiaan van Heijst