Dando continuidade a nossa série sobre os mistérios que rondam a formação de piloto nos EUA através da FAA, vamos desmistificar mais uma teoria:
Lenda: “Muitos brasileiros não conseguem ICAO 4 ao voltar dos EUA”
Fato: Like… seriously?! Eu particularmente não conheço um caso sequer, e olha que sei de dezenas de pilotos brasileiros que fizeram FAA. Para ser bem sincero, injusto é o português Level 6 que ganhamos na convalidação, pois um dos pontos fracos da formação nos EUA é que você chega aqui sem saber nada de fonia em português. Mas é lenda: eu mesmo quase consegui 6, tirei quatro notas 6 e duas 5 das seis notas que compõe a final, e hoje em dia a ANAC ainda inventou que não existe mais o 6. Mas eu e outros colegas que conseguiram 5 ou 6 já falávamos bem inglês quando fomos.
O mais comum é quem fala pouco inglês ao ir, voltar e conseguir pelo menos o 4. Vai muito de cada aluno: você tem que querer aprender, e evitar que a proximidade dos colegas brasileiros atrofie o seu inglês quando estiver por lá. Algumas iniciativas estão tornando esse grande empecilho mais razoável para os alunos que querem estudar lá mas não falam inglês: a minha escola por exemplo oferece o curso de inglês e garante o ICAO 4 em seis semanas de curso. É a receita perfeita para quem quer juntar a experiência de voar com morar fora e aprender o idioma que é a espinha dorsal da aviação mundial.
Vale lembrar que há um anexo na ICAO que prevê que quem é FAA é considerado ICAO 4. Mas aqui é Brasil, e nada é simples assim.