Realizar seu primeiro voo solo é um momento ímpar da formação aeronáutica, mas alguns detalhes podem fazer com que esse momento marcante não seja lembrando como algo totalmente positivo. Portanto, vejamos algumas dicas para você conseguir 100% de aproveitamento no armazenamento dessa memória.
Se prepare para a possibilidades
Os aeroclubes/escolas sempre procuram estabelecer o voo solo como uma das missões oficiais, mas obviamente isso pode ocorrer antes ou após a missão planejada.
Sabendo que tal missão geralmente ocorre perto da 20ª hora de voo, comece a se preparar para possibilidade do primeiro voo solo próximo dessa margem. A partir da 15ª hora, fique atento.
A preparação não diz respeito apenas ao seu estado de espírito, mas também ao fator técnico e teórico. Reforce o estudo do manual, confira se você já decorou todas as informações que irá utilizar no voo (velocidades, frequências e etc), e também procure simular mentalmente os procedimentos a serem realizados caso algum imprevisto surja em voo.
Só aceite se estiver preparado
Seu instrutor só irá lhe liberar para o voo solo se você estiver pronto, e isso é um fato. Com isso o aluno pode interpretar que o fato dele não se sentir preparado é um medo irracional, e que ele deve prosseguir mesmo assim, levando também pela pressão do momento.
Frio na barriga, ansiedade ou um nervosismo de leve, são coisas normais. Todavia, se você está realmente inseguro, ou literalmente com medo de seguir no voo solo, não subestime esses alertas.
Seguir com suas emoções desbalanceadas para uma experiência que só irá lhe colocar ainda mais no limite, não é boa combinação.
Como diz o ditado: “É melhor estar aqui embaixo querendo estar lá em cima, do que estar lá em cima querendo estar aqui embaixo”
Não banque um Ace
Caso seu voo ocorra em um aeródromo controlado, ou não-controlado porém com grande tráfego, solicitações podem ocorrer por parte do controlador ou das demais aeronaves.
“Tem condições de realizar um 360?”, “Tem condições de efetuar espera sobre X local”, “Tem condições de ceder passaram para a aeronave Y”, “Tem condições de voar na velocidade mínima a partir da presente?”
Se você nunca tiver feito tal procedimento ou manobra com um instrutor antes, ou se não se sentir proficiente o bastante para realizá-la no calor do momento, responda “Negativo”.
O controlador, e as demais aeronaves mais experientes, irão se organizar.
Você é um PP no primeiro voo solo, não empurre seus limites bancando o Maverick.
“Na duvida, arremeta”
O pouso sem dúvida é o momento de maior atenção. Não somente quanto a preocupação em realizar um pouso seguro, mas também quanto a tentativa de fazer um pouso suave.
Mas sempre lembre-se do conselho de ouro que dá nome a este tópico. Se você embarrigar demais na curva da base para a reta final, chegar muito alto, ou sentir que a atmosfera está prejudicando a aproximação excessivamente, arremeta para tentar um novo procedimento.
Jamais tente forçar seus limites ao corrigir uma aproximação desestabilizada, sem ter experiência para tal.
Se prepare para a comemoração
O que irá fechar com chave de ouro essa experiência (ou não) é o modo como você vai encarar a comemoração após o voo solo.
Antigamente um banho de óleo era o mais utilizado para encerrar esse marco, mas os tempos modernos deram lugar também a banhos de água, seja pura, ou misturada com lama, café, e até penas.
Inclusive, procure tirar a foto oficial com seu instrutor em frente a aeronave antes do banho inicial.
Alguns locais que não utilizam os banhos comemorativos, por vezes possuem um churrasco de confraternização, ou festa semelhante.
Portanto, cabe ao aluno se informar previamente quanto a tradição do local e se irá ou não aderir a ela. Pois uma coisa é ir com roupas adicionais e poder se trocar antes de voltar de carro, e outra, é ser atacado com baldes de água escura quando você só foi com a roupa do corpo, e ainda precisa voltar de ônibus para casa.
Ao final desse e dos demais tópicos, planejamento é o segredo. Se informe, vá seguro, e comemore como quem ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas.
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