Dentre os inúmeros contatos que recebemos dos nossos leitores, através dos nossos canais oficiais de comunicação, alguns temas costumam ter certa recorrência. E um assunto que volta à pauta vez ou outra é o caminho até a tão sonhada linha aérea. Quais são os requisitos básicos? Qual o caminho para chegar até ela? A idade é um fator impeditivo?
O fato é que, se muitos sonham com a linha aérea, não se pode culpá-los. Mesmo não tendo muito do glamour que um dia teve, esse ramo da aviação oferece boas condições de trabalho, uma boa remuneração para a média de mercado, além da possibilidade de operar um equipamento de 60 toneladas com motores dispondo de 25.000 libras de empuxo. Mas e se tudo isso não estiver ao alcance? É o fim do sonho de trabalhar como piloto?
Para esclarecer o quanto os nossos horizontes devem ser mais amplos nessa questão, vamos falar um pouco sobre as inúmeras possibilidades de atuação profissional que um piloto pode ter:
Aviação Cargueira
Mesmo não transportando passageiros, as companhias cargueiras também se enquadram como linhas aéreas. Sua missão tem papel fundamental no mercado de logística, e seus pilotos podem vir a operar algumas das maiores aeronaves existentes. Ainda que sua carga não seja viva, muito do que os pilotos cargueiros transportam oferece grandes desafios, que vão desde a preocupação com a fragilidade da carga até uma atenção maior com o peso e balanceamento da aeronave.
Aviação Executiva
Basicamente, a aviação executiva compreende toda a aviação comercial de menor porte, com voos não regulares. Um piloto da aviação executiva pode atuar em uma companhia de taxi aéreo, efetuando voos charter, ou mesmo trabalhar para proprietários de aeronaves, para uso particular ou viagens de negócios.
Aviação de Instrução
Considerada a porta de entrada na aviação comercial por muitos pilotos, a aviação de instrução tem a mais nobre das missões: formar os futuros aviadores. O surgimento de pilotos com altos níveis de profissionalismo e responsabilidade passa, antes de tudo, por uma boa instrução. Além disso, a experiência de ensinar propicia uma maior solidez de conhecimentos ao piloto. Afinal, tanto na aviação quanto fora dela, quem mais aprende é quem se propõe a ensinar.
Aviação Agrícola
Outro ramo com altos índices de procura por parte dos pilotos é a aviação agrícola. É preciso bastante experiência para atuar nesse ramo de aviação: para que se tenha uma ideia, exige-se um mínimo de 370 horas de voo apenas para iniciar o curso prático. A habilidade do piloto é posta à prova, em manobras de alta velocidade e baixa altura, que em muito lembram a aviação acrobática. Os ganhos são considerados altos – assim como o risco de voar dessa forma com aeronaves carregadas de produtos químicos, o que exige extrema perícia.
Asas Rotativas
Quem disse que a aviação é feita apenas de asas fixas? Os helicópteros têm a importante missão de transportar pessoas em distâncias geralmente menores que as dos aviões, quando a urgência dos passageiros não pode contar com a imprevisibilidade do trânsito caótico das grandes metrópoles. A cidade de São Paulo, por exemplo, possui a segunda maior frota de helicópteros do mundo, perdendo apenas para Nova Iorque, nos Estados Unidos. No ramo das asas rotativas, há ainda a aviação offshore: em nosso país, ela consiste basicamente em levar passageiros a destinos fora de nossos limites continentais, como plataformas de petróleo, por exemplo.
Em suma, não há nada de errado em sonhar em ser um piloto de linha aérea. Mas um bom piloto é aquele que, antes de tudo, gosta de voar. E para um bom piloto comercial, a aeronave favorita é aquela que “paga as suas contas”, oferecendo ganhos justos e boas condições de trabalho. Se o seu sonho é trabalhar como piloto, tenha sempre em mente o quão amplos precisam ser os seus horizontes profissionais.
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