A Guerra do Pacífico começou no dia 07 de dezembro de 1941, com os ataques surpresa por parte do Império do Japão, em Pearl Harbor, Tailândia, Malásia e Filipinas. Eles conseguiram conquistar vastas áreas do Pacífico e Sudeste da Ásia em apenas alguns meses. Durante essas campanhas, as mal preparadas forças combatentes sofreram perdas devastadoras.
Por conta de laços políticos e culturais entre o Reino Unido e a Austrália, os fabricantes britânicos eram a principal fonte de aeronaves RAAF. No entanto, a indústria aeronáutica britânica, por muito tempo, foi pressionada para atender às necessidades da RAF. Embora as empresas americanas tivessem uma grande capacidade de fabricação de aeronaves, a sua produção foi destinada para unidades aéreas dos EUA.
Quando as novas aeronaves construídas no exterior se tornavam disponíveis, eles eram enviadas por longas distâncias, em condições de guerra. Com os consequentes atrasos e perdas, aviões de combate como o Curtiss P-40 Kettyhawk e o Bell P-39 Airacobra eram bastante danificados durante o serviço na Austrália, mas podiam ser reparados por oficinas australianas.
Como não estavam disponíveis em números suficientes, a CAC (Commonwealth Aircraft Corporation) analisou a possibilidade de projetar e construir aviões de combate. O principal desafio foi o fato de que aviões de caça nunca haviam sido construídos na Austrália. Apenas dois aviões militares estavam em produção na época, o Bristol Beaufort e o CAC Wirraway, e o Beaufort não era um avião adequado para fazer o papel de avião de caça.
O Wirraway serviu como ponto de partida para o projeto do Boomerang. Como as últimas aeronaves de combate da época, o planejamento para o Boomerang consistia em incluir canhões automáticos. Como nenhuma dessas armas eram fabricadas localmente, a Grã-Bretanha fez uso da engenharia reversa ao utilizar um Hispano-Suiza de 20 mm, coletado por um aviador australiano como uma lembrança no Oriente Médio.
A história operacional do CAC Boomerang foi promissora. No teatro do Sudoeste do Pacífico, ele foi ideal no papel de dispersão, com pequenas ações unitárias. O Boomerang podia chegar onde quer que fosse necessário. Ele foi muito bem armado, além de ser uma aeronave ágil e fácil de pilotar. Isso significava que os pilotos poderiam chegar perto de alvos no solo, evitando o fogo inimigo e terrenos acidentados. Alguns exemplares foram derrubados, incluindo duas mortes “acidentais” por forças norte-americanas.
Na Campanha das Ilhas Salomão e Borneo, ele também teve um assinalável sucesso. Voando em pares (um para observar o solo e outro para observar os ares ao redor), suas tarefas incluíam ataques terrestres, metralhando infantarias e artilharias terrestres. Ele também foi usado para auxiliar o salvamento no mar em operações na Nova Guiné, e ainda foi colocado à disposição do serviço de meteorologia por um período após o fim da guerra.
- Sky Commuter: Melhor em torrar dinheiro do que qualquer outra coisa - 10/02/2015
- Antonov no Brasil, mais provável do que imaginamos - 09/02/2015
- Combate a incêndios: A tecnologia atual - 04/02/2015