Como se preparar para o voo IFR no Simulador?

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Hoje vou escrever sobre uma das fases do treinamento prático e teórico que ocorre durante o curso de piloto comercial, onde acredito que é necessária uma maior dedicação aos estudos: o treinamento para voo por instrumentos (IFR).

Nas aulas teóricas do curso de piloto comercial, apresenta-se uma pequena noção sobre NDB/VOR/ILS. Algumas escolas falam ainda sobre o RNAV e outros sistemas de navegação. O enfoque nessas aulas é conceitual: leitura de carta (SID e IAC), entrada em órbita, marcação cruzada e cálculos de marcação magnética/marcação relativa/linha de posição magnética. Alguns desses conceitos o piloto vai levar consigo para a vida inteira. No entanto, outros serão somente para aprovação na prova teórica da ANAC. Mesmo assim, durante a explicação em sala de aula, já vi muitos alunos ficarem confusos com entrada em órbita, marcação cruzada e cálculo de marcação magnética/marcação relativa/linha de posição magnética. Por esse motivo, falo que é necessário muita dedicação aos estudos e foco. É a partir desse momento que a carga de conhecimento começa a aumentar.

Durante o treinamento no simulador IFR, tem início o aprendizado de voar em uma nova condição. No voo visual, sempre se incentiva que o piloto olhe para fora do avião e, por vezes, verifique a velocidade e altitude da aeronave. Já no simulador não há carga G sobre o piloto. Para saber a real atitude da aeronave, é preciso olhar para o horizonte artificial, situação que faz com que muitos pilotos, no início das sessões de simulador, tenham dificuldade em manter a atitude do avião. Isso acaba gerando reclamações com relação ao controle do simulador.

Além disso, o aluno vai aprender a fazer procedimentos IFR (NDB/VOR/ARCO DME/ILS), mudanças de QDM/QDR, CURSO/RADIAL de aproximação e afastamento e entrada em órbita. Tudo isso exige um bom cheque cruzado, de horizonte/giro direcional e altímetro/velocímetro. A grande quantidade de informação e o controle do simulador acabam gerando muitas dificuldades nas lições para os alunos, eventualmente ocasionando em reprovações em algumas lições. Afinal, além de controlar o simulador, é necessário saber executar os procedimentos IFR. Portanto, para um melhor desenvolvimento durante as lições e fixação dos novos conhecimentos, recomendo treinar em um simulador de voo no seu próprio PC ou Tablet, como o Flight Simulator X ou X-Plane.

No meu ponto de vista, não é preciso montar um home cockpit para treinar IFR em casa. Acredito que somente o software instalado no PC ou Notebook com um Joystick, ou então um bom APP como o G1000 simulator, já será o suficiente. Afinal, o enfoque é aprender a fazer mudanças e correções QDR/QDM ou Curso/Radial, procedimentos IFR (NDB/VOR/ILS), Arco DME e navegações (com SID e procedimentos). Durante todo o voo simulado, recomendo manter o piloto automático ativado, porque o foco é treinar o procedimento IFR, não o controle do avião.

Não recomendo treinar manobras como toque e arremetida, estol, glissada e coordenação 1° e 2° tipo em simuladores caseiros pois, para fazer essas manobras, é necessário sentir a reação dos comandos, principalmente pedais e manche, que terão atuação diferente no simulador. Por isso, no meu ponto de vista, FSX ou X-Plane não substituem o avião durante o treinamento de PPA e PCA. Para treinar essas manobras, acredito que a frequência nas lições, estudo de manual e voo mental já são mais do que suficientes. Já para melhor desempenho nas lições de simulador IFR, voo IFR e treinamento de gerenciamento de grandes jatos (FMS), tenho certeza de que treinar esses procedimentos em casa, no simulador, irá gerar um maior aperfeiçoamento do voo IFR, e também um maior gerenciamento e preparação de cabine do FMS.

O aluno/piloto que utiliza um simulador em casa tem uma maior possibilidade de sucesso durante as lições do simulador, já que nas sessões, a preocupação estará em manter o controle da aeronave, e com o passar das sessões, o aluno terá maior controle sobre o simulador.

Rodrigo Satoshi
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