O Pulqui II foi projetado pelo alemão Kurt Tank, no final da década de 40, na Argentina. Sob o governo de Juan Perón, ele foi construído pela Fábrica Militar de Aviões. O projeto seguiu o design e mais alguns detalhes do Focke-Wulf Ta 183, um projeto usado apenas em túneis de vento. O Pulqui II foi a versão do projeto que realmente saiu do papel.
Depois da nomeação do diretor do projeto, Tank adaptou o conceito básico da fuselagem do Ta 183 para a utilização de um motor Nene II. O Nene era um motor maior, mais pesado e mais poderoso do que o utilizado no Heinkel HeS 011 Turbojet, que havia sido planejado para ser usado no Ta 183, e consequentemente, no Pulqui II.
Durante os primeiros testes, a aeronave apresentou problemas significativos com a estabilidade lateral. Houve uma modificação antes mesmo da construção do segundo protótipo. Devido à falta de máquinas modernas, a fabricação de todos os materiais se baseou fortemente no trabalho manual. Alterar protótipos, ou mesmo fazer um, era um processo muito trabalhoso.
O primeiro protótipo realizou seu primeiro voo com sucesso em 1950, com o Capitão Edmundo Weiss no comando. No segundo voo, o piloto de testes Otto Behrens encontrou graves problemas na estabilidade lateral em velocidades acima de 700 km/h, e voltou para pouso por precaução.
Após alguns testes e problemas corrigidos ao longo dos anos, o protótipo número três havia sido escalado para uma exposição, onde seria apresentado o novo projeto. Dois dias antes da exposição, o piloto de testes Behrens realizava sua rotina de testes. Ao realizar um voo em baixa altitude, a aeronave se descontrolou e caiu, matando o piloto e ficando completamente destruída.
Mesmo com os problemas apresentados durante os anos seguintes, em 1955, o único protótipo que estava voando foi colocado para combater durante a Revolución Liberadora, como forma de teste. No entanto, os detalhes exatos sobre sua participação são desconhecidos.
Em 1956, ele foi colocado para realizar testes e demonstrar seu potencial de combate, durante um voo entre Córdoba e Buenos Aires. A uma velocidade média de 800 km/h, ele deveria metralhar um alvo rebocado em Buenos Aires e retornar para Córdoba. A aeronave cumpriu a missão equipada com um motor Rolls-Royce Nene II turbojet, utilizando somente os tanques internos. Durante a volta, no entanto, ela apresentou problemas, e ao realizar o pouso de emergência, o piloto destruiu os trens de pouso da aeronave.
Com os gastos altos, a produção dessas aeronaves poderia demorar cinco anos para ser concluída. O governo tinha somente uma alternativa: adquirir caças estrangeiros. Compraram então 36 F-86 Sabres, que foram rejeitados em 1956, quando o Banco Central da Argentina foi incapaz de fornecer o câmbio necessário.
Graças ao status alcançado em eficiência, o Pulqui II ainda é considerado uma conquista da aviação e uma aeronave importante, porque foi o primeiro caça a jato inteiramente desenvolvido e construído na América Latina, juntamente com o Pulqui I, permitindo que a Argentina se tornasse o oitavo país no mundo a desenvolver tal tecnologia por conta própria.
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