História das Companhias Aéreas – Capítulo 88

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Fundado na década de 1920, na Inglaterra, o Aeroporto Internacional de Gatwick é o segundo maior aeroporto da cidade de Londres, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Heathrow, principal conexão da Inglaterra com o resto do mundo. Gatwick também é o segundo aeroporto londrino com maior movimento de passageiros, além de ter a maior quantidade de voos ponto-a-ponto (ou seja, sem conexões), em toda a Europa. Seu primeiro terminal de passageiros, conhecido como “The Beehive” (“A Colméia”), foi a primeira edificação totalmente integrada de operações aeroportuárias em todo o mundo. Sua estrutura de corredores circulares concêntricos intercalava escritórios e corredores de embarque, de forma a permitir operações em até seis aeronaves simultaneamente, separando inclusive os embarques dos desembarques. A estrutura integrava, ainda, a torre de controle ao seu centro, e uma interligação metroviária em seu subsolo. Por esses motivos, é considerada até os dias de hoje como um exemplo de arquitetura aeroportuária, para projetistas de todo o mundo.

A “Colméia” serviu também como base de operações da GB Airways, uma companhia aérea fundada em 1931 como subsidiária do Bland Group, um conglomerado de empresas de manufatura, engenharia de precisão, turismo e transporte. Sendo o Bland Group sediado em Gibraltar, a GB Airways foi inicialmente conhecida como Gibraltar Airways. Suas primeiras operações eram também sediadas em Gibraltar, com voos que partiam com destino à cidade de Tânger, importante centro comercial e turístico do Marrocos. Os primeiros voos eram operados com aeronaves Saro A.21 Windhover, um trimotor anfíbio fabricado no período entre as duas Guerras Mundiais.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a GibAir, como também era conhecida, iniciou uma parceria com a British European Airways, expandindo a oferta de seus serviços à Coroa Britânica. A partir de 1947, os passageiros da BEA que partiam de Londres com destino a Gibraltar poderiam prosseguir viagem para o Marrocos em aeronaves da GibAir. Pouco tempo depois, aeronaves Douglas DC-3 viriam a compor a frota da companhia.

A mudança para a “Colméia” ocorreu em 1989, quando a companhia mudou-se de Gibraltar para a Inglaterra, visando sua expansão comercial. À época, eram utilizadas aeronaves Boeing 737-200. Posteriormente, viriam integrar a frota novas aeronaves A320-200 e A321-200, da Airbus. Seus voos partiam principalmente para destinos insulares, como a Ilha da Madeira, pertentence a Portugal, e a ilha de Ibiza, pertencente à Espanha. Desta forma, seu público-alvo era composto, principalmente, por turistas britânicos em busca de praias e localidades paradisíacas.

A GB Airways deixou de existir em 2008, quando foi vendida para a EasyJet, a maior companhia low-cost do Reino Unido. A aquisição, no entanto, não incluía a “Colméia”, que foi convertida em edifício de escritórios. A desativação da “Colméia” como terminal de passageiros levou à demissão de 284 funcionários, que viram suas posições de trabalho serem desativadas.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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