Literatura de Piloto Privado – 12ª Semana

Sejam bem vindos às histórias do curso de Piloto Privado em Recife. Se você pensa em fazer o PP em breve ou se vai demorar um pouco e quer saber o que acontece no curso “extra-oficialmente” aqui é o seu lugar.

Obras na Nav

 Semana passada, comentei que tivemos aula de teoria de voo, devido à ocupação das outras salas da Nav. O motivo dessa ocupação? OBRAS. A Nav está comprando um simulador AATD com chegada prevista para Abril. Devido a essa aquisição, é necessário fazer uma sala “especial”. No PC será muito útil a todos nós, por enquanto, infelizmente, não. O problema é que nós (estudantes de PP) não fomos nem avisados sobre estas obras. Bastou a turma de comissários acabar que a desorganização começou. Certo dia, chego à escola e a mesma estava SEM TETO, literalmente. Sugestão do nosso amigo Hugo: “A Nav poderia ter nos dado um recesso do Natal ao dia 10 de janeiro e resolveria tudo isso. Não havia necessidade de nos deixar no meio dessa bagunça. Tem tanta poeira aqui que todos os dias quando saio de lá, coloco dois tijolos de oito furos para fora pelo nariz.” Ao que “alguém” respondeu: “Concordo. E eu que já estou reformando minha casa. Todos os dias coloco para fora cinco telhas”.

Entendo a intenção da escola, não queriam atrasar o curso, afinal há pessoas que se programaram para acabar o curso na época certa devido a outras atividades pessoais. Todos os sócios sempre foram muito abertos a sugestões, opiniões e reclamações também, mas acho que pecaram na falta de planejamento e divulgação para os alunos. No mais esse problema já foi resolvido e continuarei a relatar nas próximas semanas.

Certo dia, estou no meu querido trabalho e Elton me liga. “Você está onde? Vai fazer o que à tarde? Vamos resolver nossos exames” Eu “Estou no trabalho, não vou fazer nada à tarde. Tudo certo então. Você almoça na minha casa e de lá nós vamos.” “Não não… Já já passo aí, nós comemos na rua”.

 

Vinte minutos depois saio do trabalho e o mesmo já estava me esperando (como sempre). “Vamos primeiro pegar minha panorâmica, depois nós vamos almoçar…” “Tudo bem”. O problema é que eu não havia comido nada aquele dia e meu estômago já estava colando. Pegamos a panorâmica do nosso amigo e o mesmo fala “Vamos logo ao seu dentista, de lá nós vamos almoçar.” “Mas eu estou com uma fome da…” “Besteira, é rapidinho…” A essa altura mais de 14horas. Fomos ao meu dentista, fiquei lá esperando, esperando, esperando… 15 horas, 16 horas e nada… “ELTON VAMOS EMBORA, EU QUERO COMEEER…” “AH! MAS AGORA VOCÊ VAI FICAAR”… Esperamos mais meia hora e nada de ser atendido, então fui à recepção marquei para outro dia (mas não fui hehe) e fomos embora. Fomos à clínica neurológica pegar os resultados dos eletros-encefalograma e de lá passamos numa papelaria para comprar os materiais para a aula de navegação. “Moça onde nós encontramos compasso, transferidor…?” “Lá atrás na parte técnica” Ao chegar lá… “Quanto custa o compasso?” “Temos vários compassos, o mais barato é R$79,90” “QUANTO?”… Nesse momento descobrimos que estávamos na área errada. Não queríamos material técnico e sim escolar, e compramos um compasso por R$ 3,99 (Sales: “Aí sim hein?”). Para o meu azar depois desse dia Oséas não usou mais esses materiais.

 

17hrs e nada de almoçar. Passamos na minha casa para eu tomar banho e colocar a roupinha da Nav e de lá fomos buscar Filipe. Ele que parecia com a mesma fome que eu perguntava o tempo todo “Onde é que nós vamos comer hein? Qualquer lugar serve.” Então fomos àquela pizzaria da qual falei semana passada. Fizemos o pedido e o preço foi bem mais baixo do que a outra pizza. Até que enfim matei quem estava me matando e fomos para a nossa querida aula.

 

Sempre esperei pelas aulas de navegação, pois todos me diziam que era uma matéria “MUITO DIFÍCIL”. Sem querer ser arrogante, mas ainda estou procurando a dificuldade. Não sei se estou entendendo tudo errado ou se exageraram um pouco. Acho a matéria bem tranquila, todas as contas são de somar e subtrair (às vezes uma divisão). Também acho a matéria mais prática de todas, afinal nessas aulas lhe ensinam a planejar um voo em si. Acho Regulamentos a matéria mais difícil de todas, mas para nossa sorte tivemos Carvalho como professor e particularmente sempre me dou mal em meteorologia (Apesar de nunca ter tirado uma nota abaixo de 7). E por favor, alguém me ensine a calcular proa bússola de regresso haha. Nosso amigo Bruno Carvalho me deu uma grande ajuda, antes eu não tinha idéia do que era. Agora só falta aprender a calcular.

 

Somando à “dificuldade” da matéria mais as obras e o trabalho de alguns, ouve uma evasão muito grande na sala de aula. Desistente, só tivemos um, mas ausente temos quase todos. Na sexta-feira da 12ª Semana de uma turma de 17 alunos, só estavam presentes três: Marcos, Nuno e eu. E foi exatamente nesse dia que Oséas começou a explicar sobre declinação magnética, o que a princípio é um pouco complicado mas nada exagerado. Aprendemos a diferença de norte verdadeiro e norte magnético (Algo que me deixa muito confuso e um pouco chateado, pois fisicamente falando o norte magnético é voltado para sul geográfico, acreditem se quiser, e não para o norte, mas isso já é um outro assunto) também calculamos Rumo magnético, o princípio do pé-de-galinha.

 

Nesse mesmo dia Carvalho havia ligado mais cedo para perguntar se iria à aula pois ele apareceria por lá para resolver assuntos particulares com a Nav e aproveitaria para bater um papo conosco. Conversamos sobre o curso, a dificuldade da formação e sobre o alto nível de desistência de comissários ao tentar entrar no mercado de trabalho.

 

Esta semana entrei de férias. Para quem não sabe eu trabalho nos Correios, faço curso no Senai (obrigado), estudo na Nav e ainda faço inglês (ou fazia). Há dias em que passo a manhã no trabalho, corro em casa para almoçar, corro para o SENAI, vou em casa novamente, engulo alguma coisa (quando dá tempo) e vou para a Nav. É tudo muito corrido. Graças a meu bom Deus o inglês entrou de férias, o SENAI e Correios também, então atualmente estou me dedicando à Anac.

No último dia de trabalho foi como se tivessem aberto a porta para a liberdade. Desde então pude estudar mais com meus amigos da Nav, chegar mais cedo. Infelizmente não são todos que tem condições de pagar o curso sem trabalhar.

 

Então sabemos o porquê da ausência de tantas pessoas e algumas vezes até desistência por causa do estresse. Se esse é seu caso, não desistam meus amigos, lute pelo que quer e verás que o pote de ouro está à sua espera.

 

Já que todos perguntam…

 

Filipe, 24 anos (segundo fontes não confiáveis), Advogado (mulher de Hugo). Sempre gostou da aviação mas como a maioria seguiu por um outro caminho. Depois de formado e exercendo sua profissão, viu que agora sim ele poderia seguir seu sonho. Muito irreverente, amigo, esforçado (bom de copo). Se não fosse pela dupla que o mesmo forma com Hugo em sala de aula o PP não seria a mesma coisa. Como ele mesmo diz, é VIP, Vim do Interior de Pernambuco. Apesar de morar há 12 anos em Recife não perdeu o sotaque de sua cidade natal, Bom conselho.

 

Frase: “Isso que eu tenho não é barriga, é um calo sexual.” Essa foi a 12ª Semana do curso. Nessa etapa estão todos correndo atrás do CMA (antigo CCF) e também estão à procura de aeroclubes. O interessante é que não importa a cidade, desde que os aviões, instrutores e preços sejam bons, todos estão dispostos a ir para QUALQUER LUGAR para voar.

Dica: Estude muito bem DLA, DLO, LOM e LM. Apesar de, à princípio, parecer que nada disso será usado, você precisará de alguns conceitos para a parte de Fusos Horários.

 

*Semana passada errei e escrevi que Silva Filho era professor de Navegação. O mesmo é professor de TEORIA DE VOO. Acho que já tinha dado para perceber.

 

Espero que tenham gostado. Semana que vem tem mais. 

 

Se leu, comente. É muito importante.

 

Abraço a todos.