Há algum tempo atrás, nosso amigo Sales compartilhou conosco suas valiosas 5 dicas para aprender a pousar. Reiterando as palavras dele, de fato o pouso é uma das manobras mais trabalhosas de se aprender. Por isso, raríssimos são os casos (para não dizer “praticamente inexistentes”) em que um aluno não repete a aula de pousos. E no meu caso em particular, não foi diferente.
Entretanto, algumas das coisas que aprendi em minha formação prática teriam, muito provavelmente, poupado-me de repetir algumas aulas se eu já as soubesse de antemão. Pensando nisso, preparei algumas dicas que podem ajudar futuros alunos a terem um bom rendimento durante essa fase do treinamento:
Começar bem para terminar bem
Muitos podem imaginar que um bom pouso se inicia quando a aproximação final é estabilizada. No entanto, o procedimento de pouso começa bem antes – mais precisamente, no través da cabeceira em uso. Por isso, um bom ingresso no circuito de tráfego é fundamental: na perna do vento, certifique-se de estar mil pés acima da elevação do aeródromo, uma milha afastado da pista, e na velocidade correta. Seu INVA saberá lhe instruir sobre como atingir esses parâmetros.
Atenção para a sua velocidade
Não é difícil imaginar que sua posição com relação ao vento muda ao longo do circuito de tráfego. Você terá vento de cauda na perna do vento, vento de través na perna base, e vento de proa na perna final. Isso pode levar sua velocidade indicada a sofrer grandes variações, sem que você perceba caso não esteja atento.
Estabilizando a aproximação final
Já na perna final, três serão os parâmetros que exigirão sua maior atenção: velocidade, rampa e eixo. Aqui, é preciso lembrar-se do CAP, ou Coordenação Atitude-Potência. Utilize o motor para acertar a rampa, caso esteja muito alto ou muito baixo; faça uso dos pedais de leme para acertar o eixo, caso esteja muito à esquerda ou à direita; ceda ou traga para si o nariz da aeronave, a fim de ajustar sua velocidade. E durante tudo isso, mantenha as asas sempre niveladas.
É interessante comentar que o julgamento visual de rampa e eixo pode, inclusive, ser treinado com simuladores caseiros, ainda que nestes a sensibilidade dos comandos seja totalmente diferente de uma aeronave real.
A hora do arredondamento
Um dos erros mais comuns que cometemos em um pouso é flutuar a aeronave no momento de tocar o solo. Isso acontece por puxarmos demais o manche na hora de arrendondar o pouso, geralmente porque mantermos o olhar muito fixo na pista. Isso é potencialmente perigoso pelo fato da aeronave ganhar altitude e perder energia, podendo estolar distante do solo.
Uma boa maneira de evitar esse problema é fixar os olhos na cabeceira oposta, ao cruzar a vertical da cabeceira em uso. Com leves toques no manche, traga a aeronave gradativamente para uma atitude nivelada, suavizando a descida. Quanto mais energia ela perder, mais você poderá cabrar os comandos, garantindo o toque com os trens de pouso principais.
E o mais importante: conhecer estas dicas pode ajudar, mas não garante um bom pouso. Como toda manobra, é preciso muito treinamento prático para aperfeiçoá-la. Assim como o vento nunca será igual em dois pousos diferentes, cada pouso também não será igual ao outro.
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