Malev Hungarian Airlines | HCA 142

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No distante ano de 1867, muito antes do surgimento da primeira aeronave, o brilhante compositor Johann Strauss Jr apresentou ao mundo uma de suas maiores obras primas. Conhecido como “O Rei da Valsa” e filho de um igualmente brilhante maestro, Strauss Jr entrou para a história como o compositor do “Danúbio Azul”, uma das mais famosas valsas de todos os tempos, emblemática até os dias de hoje. A valsa foi inspirada no Rio Danúbio, o segundo mais longo de toda a Europa. Às suas margens surgiram importantes cidades, como é o caso de Budapeste, capital da Hungria e um dos maiores destinos turísticos do mundo. É lá que se localiza o maior sistema de águas termais do planeta, além de inúmeros monumentos considerados patrimônios mundiais.

Para conectar-se ao resto do mundo, a Hungria fomentou a criação de pequenas companhias aéreas no início do século XX, como foi o caso da Maefort. Com o advento da Segunda Guerra Mundial, companhias como a Maefort foram obrigadas a suspender suas operações, vindo a contribuir com o surgimento da primeira companhia de bandeira húngara após o conflito. Foi assim que, em 29 de março de 1946, a Maefort fundiu-se à Malert e à porção húngara da Aeroflot para dar início à MASZOVLET, que mais tarde viria a ser rebatizada como MALEV.

A MALEV iniciou suas operações em 1956 com uma frota de 21 aeronaves Douglas DC-3, produzidas na União Soviética pela Lisunov sob o codinome Li-2. Além destas, havia também algumas unidades do biplano Polikarpov Po-2, utilizadas em operações de “correio aéreo de precisão”. Nessas operações, os pacotes postais eram simplesmente lançados das aeronaves, tal como em um bombardeio, ao invés de serem entregues entre um pouso e uma decolagem.

Nas décadas seguintes, a MALEV modernizou sua frota com a aquisição de aeronaves Ilyushin e Tupolev, provenientes da União Soviética. Foi a Tupolev quem forneceu à MALEV o seu primeiro modelo de aeronave a jato, o Tupolev Tu-134 “Crusty”, um bimotor capaz de carregar até 84 passageiros. A hegemonia de aeronaves soviéticas na frota da MALEV foi quebrada em 1988 com a aquisição dos primeiros Boeing 737-200, fazendo da companhia uma das primeiras na Europa Central Comunista a utilizar aeronaves ocidentais.

Tendo existido por quase toda a sua vida como uma companhia estatal, a MALEV entrou em um processo de privatização no ano de 2007, ano em que ingressou na aliança aérea OneWorld. O processo, no entanto, não foi capaz de salvar a companhia de sua falência, no ano de 2012. À época, a companhia atendia a 50 destinos na África, Ásia, Europa e América do Norte. Cinco desses destinos, dentre os quais incluía-se a cidade de Sarajevo, não eram até então servidos por nenhuma outra companhia da OneWorld.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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