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“O Looping” É um filme de ficção sobre a amizade de um menino e um aviador. O roteiro eu tinha idealizado há mais de 15 anos, mas não havia tecnologia barata para que pudéssemos executá-lo. Lá por 2011 já havia tecnologia mais acessível, com câmeras que filmavam quadro a quadro, em progressivo como uma câmera de cinema, e com uma qualidade full HD.
Parafraseando Glauber Rocha, provavelmente o nosso mais notável cineasta, autor da famosa frase “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”, nós a adaptamos para “uma câmera, dois Pipers Cub na mão e uma ideia na cabeça”. Foi aí que começou.
Já poderíamos filmar, disse. Estávamos em uma roda de conversa de aviadores. Eu, o Plínio Lins, que trabalhou na fotografia, e o Ricardo Haag, que faz o papel do piloto, na frente do hangar, no fim de uma tarde.
Eu havia acabado de chegar de um voo, que nesses pequenos “aviões de pano”, no fim da tarde, representam um refrescar de ideias. “Era hora”, disse a eles. Que automaticamente se animaram.
Um filme sobre aviação precisava de aviadores. E aí está a maior curiosidade da obra, a grande maioria das pessoas que que participam do filme são aviadores ou tem uma relação direta com a aviação. O menino, o ator principal, é sobrinho de um quase lendário, já falecido, piloto de acrobacias, o Alexandre Catelli, e Bruno Catelli já é fã de aviação. Ricardo Haag, que faz par com o menino, era instrutor de voo na época das filmagens, e hoje é piloto de grandes Boeings. E detalhe, ele, na cena em que está pilotando, está realmente pilotando. Além disso, revezamos o comando diversas vezes do PA-18 para as filmagens do maravilhoso J-3.
Renato Bonventi, que faz o menino velho, é aviador e pai de aviador. E entre as seis pessoas que que pegaram em câmeras para filmar, cinco são aviadores. E o único que não era foi contaminado com a ideia e pretende, seriamente, aprender a pilotar.
Confesso, foi uma loucura, meu primeiro filme ser de época, com aviões, em diversas locações, com diversos atores, e com cenas complexas. Além disso, misturar duas coisas que são entre as que mais movem as paixões das pessoas, a aviação e o cinema.
O filme estava pronto desde o final de 2013. Hoje entra no ar. Afinal, arte é para ser mostrada.
Agradeço a todas as pessoas que se dedicaram e suaram a camisa para fazer com que a obra ficasse pronta, eternizada. Os créditos todos estão no filme.
Espero que gostem.
Filipe Rafaeli, piloto de acrobacias
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