Assim como em qualquer segmento profissional, na aviação também existem maus profissionais, que podem ser encontrados randomicamente em qualquer área ou nível desse segmento. A primeira grande lição que temos de aprender, diante dessas possíveis situações desagradáveis, é aprender com o erro alheio.
Independente do setor – seja aviação de instrução, táxi aéreo, cursos especializados, linha aérea, ou qualquer outro – sempre que abordamos em uma conversa um desses temas, não é raro aparecer depoimentos sobre maus profissionais com os quais você ou seus amigos pilotos tiveram contato, como um mau instrutor durante sua formação, um atendimento que deixou a desejar em alguma escola, um companheiro de cockpit que não atendia sua funções, dentre outros, todos esses normalmente narrados sem detalhes de nomes ou locais.
Em muitas outras áreas profissionais, seria normal ocorrerem as reações que mais vemos em nosso cotidiano, como a reclamação nas redes sociais sobre o serviço, a fofoca dentro do ambiente de trabalho, ou até outros meios mais diretos de divulgar o erro daquele profissional ou empresa. Entretanto, um detalhe que todo aviador percebe desde o início de sua formação é que a aviação é uma grande “Vila do Chaves”. É um mundinho pequeno onde todos conhecem todos, e assim como em qualquer outro grupo fechado, um membro que venha a ficar famoso por denegrir instituições ou colegas de trabalho não irá muito longe.
A reclamação pública é o meio mais utilizado, mas não o mais efetivo, vendo que o maior efeito é apenas a mancha criada em cima da marca ou nome em questão. Uma reclamação individualizada ao setor responsável acaba sendo a opção mais cabível, nesses casos onde o erro tem de ser reportado para o bem de todos. Mas além de fazer esse papel quando for necessário, há ainda uma lição pessoal que pode ser tirada sempre que casos assim ocorrerem.
Tente recordar seu sentimento sempre que foi mal atendido, sofreu com a falta de paciência de um professor ou instrutor, ou ficou frustado com uma prestação de serviço que deixou a desejar graças a um dos profissionais envolvidos. A lição que mais lhe ajudará a evoluir em sua vida pessoal e profissional pode ser definida por um famoso termo em inglês: “Don’t be that guy” – Não seja aquela pessoa.
Os maus profissionais e empresas das quais eles fazem parte acabam naturalmente ficando para trás, seja nas contratações ou no número de clientes. Não porque eles foram mal falados no mercado, mas sim porque seus concorrentes não cometem os mesmos erros que eles. Deste modo, acabam se fortalecendo através de indicações e oportunidades que naturalmente surgem com o tempo.
Aqueles que ainda não entenderam que neste mundo todos dependem de pessoas já estão realizando o maior erro que poderiam cometer. Por isso, não se preocupe em os ajudar nessa queda. Procure apenas os utilizar como um exemplo de profissional no qual você não deve se espelhar. Don’t be that guy.
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