O tamanho de nosso conhecimento | Minha Proa: 022

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A aviação é um meio onde o aprendizado é constante, e quando se trata desse assunto, a única certeza é de que nós não sabemos de tudo. Entretanto, a única hora na qual nós percebemos o quão já aprendemos até então, é quando auxiliamos alguém em temas da aviação que já dominamos.

Por mais que o conhecimento relacionado à aviação esteja sendo cada vez mais disseminado através da internet, ainda não existe manual sobre tudo. Há mistério sobre os parâmetros técnicos da formação, e até mesmo sobre a atividade prática da profissão, coisas sobre as quais só é possível saber se perguntarmos para alguém mais experiente na área.

Mesmo você sendo um mero estudante realizando sua formação prática de Piloto Privado, certamente você já sabe coisas essenciais para aqueles que estão começando nesse meio, como os detalhes do curso teórico, como marcar sua prova da ANAC, e os detalhes sobre os exames médicos que lhe capacitam a voar. Você ainda é um piloto primário, mas já sabe de muita coisa.

Certo dia eu recebi o telefonema de um amigo que é proprietário de um monomotor, o qual possuía bem mais experiência prática do que eu na ocasião. Ele me informou que iria viajar para fora do Brasil, e gostaria de comprar um TCAS para sua aeronave. Acreditando que ele iria me perguntar algum fator técnico sobre esse equipamento, ou faixa de preço e locais para compra, ele na verdade apenas perguntou: “- Como se escreve TCAS!?”.

Sim, é uma pergunta muito simples… Para nós. Paremos para pensar um momento: apesar da sigla ser “TCAS”, raramente a pronunciamos letra por letra, seja em português ou inglês. Nós na verdade utilizamos o termo “Tiqués”, coisa que, se você for pesquisar, nem o Google poderá lhe corrigir com a versão correta. É algo totalmente simples para quem sabe, mas uma enorme luz para quem ainda está aprendendo.

Algo semelhante aconteceu quando outro amigo entrou em contato comigo, para informar que iria fazer uma longa navegação VFR deixando o seu estado, e iria ingressar pela primeira vez nos corredores visuais da Terminal São Paulo. O contato dele foi focado em o auxiliar sobre como montar o plano de voo VFR da última perna desse voo, que de fato seria o ingresso na TMA. “Preciso colocar os corredores no Plano?” e “Como acuso no Item 15 o ingresso nos corredores?”, foram algumas das perguntas dele.

Mais uma vez, esses foram questionamentos simples para nós que voamos nesta área, mas certamente não é algo que está na ponta da língua dos pilotos que se formaram e operam em outros locais.

O uso correto da fraseologia ao se falar no rádio, seja para coordenação ou comunicação com o Controle, é outra coisa que só aprendemos na prática. Se não for com o instrutor de voo, terá de ser com o auxílio de algum amigo após formado. E assim como nas outras, é sempre bom poder ajudar.

Nós nunca saberemos tudo, mas sempre poderemos auxiliar.

Abraços,

Sales

Alexandre Sales
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