Tente imaginar quantas matérias, sites, artigos, fóruns e tutoriais você acessou essa semana através da internet. Mas em quantas delas você deixou um comentário? Dentre as milhares de pessoas que realizam este comportamento já comum na internet, aquelas que enviam seu feedback são as que realmente fazem a diferença.
Quando comecei a compartilhar meu conhecimento através do Canal Piloto, em 2010, parte do que me motivava a continuar nos primeiros meses de atividade eram justamente as estatísticas de acesso, pois somente através delas eu pude ver que realmente havia várias pessoas consumindo o conteúdo. Por outro lado, imagino que se eu fosse me guiar apenas pelo número de comentários, possivelmente teria parado já no primeiro ano do projeto, vendo que assim como em toda internet, apenas uma parcela mínima dos visitantes comentam. Com isso, eu poderia interpretar que menos de uma centena de pessoas nos acessavam diariamente.
Um bom exemplo dessa temática é sem dúvida o 100º episódio de nossa série de videos no Youtube, capítulo onde eu trouxe a conversa para o campo pessoal, divulgando o que ideologicamente me motivou a colocar esse projeto em prática.
O que acabou por me surpreender não foi apenas a quantidade e qualidade dos comentários no vídeo em si, mas também o número de e-mails e mensagens via redes sociais que recebi na época da publicação do episódio – desde curtas mensagens, até mesmo um vídeo que me enviaram agradecendo pela iniciativa como um todo, depoimento esse que fiz questão de mostrar inclusive para minha família.
Dentre os e-mails que recebi no dia, um me chamou a atenção pelo seu tamanho, origem e história. Foi a mensagem de um português de 61 anos, que contou como não conseguiu seguir na aviação quando jovem devido a uma barreira familiar, e que hoje, já trabalhando em outra profissão, segue consumindo e praticando hobbies relacionados à aviação. Dentre estes, encontrou o Canal Piloto, o qual assiste e se identifica com diversos episódios.
É gratificante vermos através desse feedback que nosso trabalho chega a diversas faixas etárias, e até mesmo a outros países de língua portuguesa. Por outro lado, é contrastante notar que, infelizmente, não poderemos conhecer a história dos outros 95% que acessam nosso conteúdo, que assim passam a ser apenas mais um número nas estatísticas.
A importância que dou aos feedbacks não diz respeito apenas à “fama” propriamente dita, mas sim ao ato de conhecer aqueles que nos acompanham e saber como nosso conteúdo faz diferença na vida deles, formando assim um conteúdo de duas vias, com ação e reação, pois a diferença entre uma troca de experiências e o ato de falar ao vento é justamente o feedback.
Aproveito para encerrar este artigo com o última frase do e-mail de nosso leitor português, que define bem o que procuro conquistar através dos comentários:
“[…] ao longo dos vídeos pude constatar que a sua vida não foi fácil e teve de lutar muito. Oxalá que, já muito velho, possa olhar para trás e dizer que valeu a pena.”
Abraços,
Sales
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