Quando muitos deixam a desejar, aqueles que fazem o certo ganham destaque.
Neste ano fui mais uma vez ao Domingo Aéreo na Academia da Força Aérea, em Pirassununga, e pela segunda vez pude ir voando ao local. Nesta última vez, acabamos chegando juntos com outros amigos, e na conversa ainda no pátio após o pouso, um tópico em especial era mencionado por muitos: a eficiência do serviço militar.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Hy_fLWY8iU0]
Antes de avançarmos no assunto, é importante contextualizarmos esse tópico quanto ao nosso país. Nos Estados Unidos, que acaba sendo a referência quando se trata de shows aéreos, a organização em relação à chegada e movimentação das aeronaves é impressionante, fazendo com que a Torre de um dos aeroportos base de eventos se torne a mais movimentada do mundo durante os dias de atividade. Apesar desse imenso fluxo, a eficiência sempre se mantém constante.
Passando para o Brasil, não é difícil você encontrar reclamações de pilotos que tentam ter a mesma experiência, ao ir voando com sua própria aeronave aos shows aéreos brasileiros. Burocracia para inscrever seu avião, organizadores que não coordenam com a Torre, desorganização na hora das instruções para táxi, e falta de pátio para sua aeronave são algumas das reclamações mais comuns.
Em resumo, na opinião de muitos proprietários de aeronaves, a organização dos shows aéreos civis no Brasil ainda pode evoluir, ao menos quando se trata da movimentação de aeronaves visitantes.
Paralelo a isso temos eventos como o Domingo Aéreo, organizado pelos militares.
A inscrição para o evento foi simples, bastando preencher um cadastro no site oficial com informações básicas, como a matrícula da aeronave, CANAC do PIC, PAX, ETA e EOBT. Nem Slot era necessário. As instruções de chegada eram igualmente simples, informando onde devíamos chamar o APP, e para onde ele iria nos vetorar para o contato primário com a Torre.
O voo na prática se mostrou tão simples quanto o planejamento. Não houve imprevistos na hora de passar o Plano de Voo, e a organização do tráfego na chegada se mostrou eficiente. Vale citar que, dentre as dezenas de aeronaves que chegaram praticamente juntas ao evento, havia desde Trikes até Senecas.
A orientação no taxi e organização após o corte de motor não poderia ter sido melhor. Foi interessante ver como o Controle de Solo teve paciência de orientar curva a curva as aeronaves que não tinham a carta ADC da base aérea. Já no local de corte dos motores, havia militares aguardando para ajudar a empurrar a aeronave ao local correto, se necessário.
No final, conseguimos atender nosso objetivo pessoal, que era pousar de manhã a tempo de ver a primeira apresentação do EDA, e decolar no meio da tarde.
Foi interessante ver como, ao trabalhar juntos, todos os órgãos de controle conseguiram organizar a chegada e a movimentação das aeronaves com um padrão militar de eficiência, com a necessidade de poucas ou nenhuma espera próxima da ATZ.
Nós decolamos satisfeitos, com a certeza de que retornaremos, se possível… E voando!
- Voando de São Paulo ao Sul de anfíbio - 02/02/2024
- A automação acabará com os pilotos? - 02/09/2022
- Pilotos podem ter tatuagens? - 11/08/2022