Uma história tão inacreditável que até parece sonho.
Certo dia estava eu no HASP – Hospital da Aeronáutica de São Paulo, local onde muitos pilotos vão realizar e renovar seu CMA, como eu mesmo já fiz várias vezes. Já dentro do prédio principal, os últimos raios de luz da tarde começam a desaparecer pelas janelas, dando lugar ao crepúsculo do entardecer. Começo a estranhar o fato do interior do local não estar devidamente iluminado, contando apenas com uma meia-luz de algumas poucas lâmpadas. Mas isso não é nada perante outro detalhe: o local estava deserto.
Andando pelo recinto, eu olhava dentro das salas pelas quais eu passava, em busca de algum paciente ou médico que pudesse me explicar o repentino encerrar de expediente. Nem uma alma era avistada, nem um ruído era escutado, mas minha curiosidade me fazia seguir em frente.
Aproximando-me da curva do corredor, antes dele virar à direita, vejo uma sala diante de mim. Diferente das demais pelas quais havia passado, aquela porta não estava aberta. Apenas encostada? Trancada? Teria alguém em atendimento lá dentro? Essas perguntas me fizeram seguir em frente para descobrir.
Conforme eu caminhava em direção à porta, comecei a ouvir pequenos ruídos vindo do interior da sala. Não sabia o que era, mas ficava aliviado em saber que não estava sozinho no local.
Pouco antes de eu bater na porta, ela se abre com um violento solavanco, quebrando a madeira de sua estrutura em diversos pedaços. Imaginei que algum cilindro havia explodido no local, mas me surpreendo ao ver uma figura de pé no interior da sala, a qual surpreendentemente havia feito aquilo com as próprias mãos!
Pouco pude ver dessa pessoa, mas consegui perceber que era uma mulher, com cabelo bagunçado, atitude agressiva, e com olhos de brilho peculiar. Não queria ficar ali para descobrir nada mais além daquilo, e ainda chocado me coloquei a correr, seguindo pelo corredor que dobrava à direita. Durante minha corrida desesperada olho para trás, apenas para ficar ainda mais nervoso ao perceber que aquela criatura estava correndo atrás de mim com um dedicação jamais vista.
Com os nervos à flor da pele, me assusto com um vulto. Era outra mulher. Através de seu olhar de medo, pude ver que estava fugindo do mesmo ser que eu. Não havia tempo para explicações, continuamos a correr e entramos na última sala do corredor. Trancamos a porta, mas nosso alívio não durou, pois com socos e pontapés ela começou a ser forçada. Mas aquela não era a única porta da sala.
Abrimos a segunda porta, que dava acesso a uma saída do prédio… No 3º andar! Nossa saída estava diante de nós, mas a vários metros de altura. O que deveríamos fazer? Pular? Ficar e lutar? Um de nós deveria ficar para trás?
Enquanto hesitávamos na decisão, a porta é rompida. Nossa adrenalina vai às alturas… E eu acordei. Maldito pesadelo.
É isso que dá ir dormir após assistir episódios de Além da Imaginação.
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