Gostaria de compartilhar com vocês uma experiência incrível que tive a oportunidade de viver em setembro de 2014, quando eu era instrutor de voo na QNE – Escola de Aviadores. Trata-se de uma Revoada, a qual tinha vontade de fazer desde a minha época de aluno, mas devido as condições financeiras e disponibilidade de aeronaves, não pude fazer. Passei a ideia para alguns alunos e eles logo se animaram.
O voo foi realizado com três aeronaves:
- Piper Cherokee (PR-KNH)
- Cessnas 152 (PR-KND)
- Cessnas 152 (PR-KNG)
E três INVAs com três alunos:
- INVA Tarcísio Guimarães e Aluno João Paulo Lago
- INVA Vitor Pimenta e Aluno Eduardo Jeppesen (sim, é o sobrenome real dele)
- INVA José Drummond e Aluno Guilherme Ferramenta
Sem duvidas foi uma experiência enorme, não só para os alunos, mas também para nós instrutores.
O planejamento possuía a seguinte rota original:
Mas sofreu algumas mudanças devido a acontecimentos inesperados, ficando o trajeto real:
- SNGA-SBPR (GUARAPARI/ES – CARLOS PRATES/BH/MG)
- SBPR-SNPA (CARLOS PRATES/BH – PARÁ DE MINHAS/MG)
- SBPA-SBPC (PARÁ DE MINHAS/MG – POÇOS DE CALDAS/MG)
- SBPC-SBBU (POÇOS DE CALDAS/MG – BAURU/SP)
- SBBU-SBBI (BAURU/SP – BACACHERI/CURITIBA/PR)
- SBBI-SBCM (BACACHERI/CURITIBA/PR – CRICIÚMA/SC)
- SBCM-SBTR (CRICIÚMA/SC – TORRES/RS)
- SBTR-SBFL (TORRES/RS – FLORIANÓPOLIS/SC)
- SBFL-SBJV (FLORIANÓPOLIS/SC – JOINVILLE/SC) Visitamos a Torre Joinville
- SBJV-SBJD (JOINVILLE/SC – JUNDIAÍ/SP)
- SBJD-SDRS (JUNDIAÍ/SP – RESENDE-RJ)
- SDRS-SBCP (RESENDE/RJ – CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ)
- SBCP-SNGA (CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ – GUARAPARI/RJ)
O que posso passar é que foi incrível viver isso como um aviador, principalmente por ter sido em aviões de pequeno porte, sem dúvida tudo se intensificou, desde o prazer do voo em si, até as dificuldades (autonomia, slot nos aeroportos, abastecimento, estadia, etc). Porém, além das grandes experiências que adquirimos em todos os lugares, o maior fator foi a solidariedade, não somente entre nós seis, mas também dos alojamentos por onde passamos, Salas AIS e Órgãos ATC, parecia que tínhamos enviado um ofício à eles avisando da revoada, pois tudo era agilizado para facilitar nossa operação e da aviação como um todo.
Acredito que ninguém retornou à Guarapari do mesmo jeito que havia decolado de lá no começo dessa jornada. Firmamos inclusive um acordo ao sairmos de lá: “Só decolaremos de um lugar se todos puderem decolar, seguiremos todos juntos”.
Ao fim da revoada vimos como um avião cuidou do outro, e isso foi sensacional!
Tarcísio Guimarães
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