Pouco antes de 1930, as empresas aéreas estavam explorando o lucro obtido pelo transporte de cargas postais, e posteriormente, o transporte de cargas postais mais passageiros. O lucro era extremo, mas as rotas não eram longas o bastante para expandir estes lucros.
Então, em 1936, a Pan-Am solicitou para todas as principais fabricantes americanas uma aeronave com as seguintes exigências: capacidade para transportar 4,5 toneladas de carga e 70 passageiros, e ainda ter que voar a 240 km/h com ventos de proa de até 50 km/h. Ainda deveria ter capacidade de atravessar o Atlântico sem escalas. Por fim, no caso de passageiros com medo de sobrevoar o mar, ela deveria ser extremamente segura.
A fabricante que conseguisse atender essas exigências receberia uma boa recompensa da Pan-Am. Mas mesmo assim, por conta das arrojadas exigências, as empresas deixaram de mandar seus projetos.
A Boeing, por outro lado, acabou aceitando o desafio e procurando um método não muito convencional para a época: projetar um “barco voador”, com ar condicionado, bar e cabines luxuosas, contendo 11 compartimentos e dois cascos, e ainda colocar uma âncora e alguns botes salva-vidas, nomeando-o de Boeing 314 Clipper.
Claro que o projeto chamou muito a atenção da Pan-Am, que logo o aceitou, tornando-se a primeira companhia aérea a atravessar o Atlântico transportando passageiros e cargas em uma mesma aeronave.
Desde seu projeto e implantação em sua frota, a Pan-Am fez diversas rotas cruzando os mares e grandes distâncias. Sua primeira rota regular foi San Francisco – Hong Kong, em 1939.
Porém, em 1947, em uma travessia sobre o Atlântico, a aeronave ficou sem combustível e seu sistema de segurança foi colocado à prova. Realizando um pouso sobre o oceano, a aeronave acabou ficando avariada. Mesmo assim, todos sobreviveram por 24 horas sobre as ondas, até que fossem resgatados.
A Boeing acertou no quesito segurança em caso de um pouso sobre o mar, mas a questão de atravessar o Atlântico sem parada foi totalmente por água abaixo.
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