Wing Walking

posted in: Artigos | 0

13-black-cats-_Canal_Piloto

O mais antigo exemplo conhecido de um andador de asa (wing-walking) em um avião, foi em um voo experimental na Inglaterra envolvendo um biplano construído pelo coronel Samuel Franklin Cody, em 1911. Em Laffan Plain, Cody quis demonstrar como seu biplano Catedral tinha uma grande estabilidade lateral, mesmo com um passageiro a 3 metros de distância do centro de gravidade do avião. O primeiro wing walker foi Locklear Ormer, aos 26 anos de idade. Diz a lenda que ele escalou pela primeira vez sobre as asas inferiores de seu biplano durante o seu treinamento de piloto no serviço aéreo do exército britânico, na Primeira Guerra Mundial. Destemido, Ormer só saía da cabine para as asas durante o voo, quando havia um problema mecânico para resolver.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Ormer Locklear liderou alguns ataques com sua transferência avião-avião, e muitos o seguiram. Seu equivalente feminino, a primeira mulher a passar de avião-avião em voo foi Ethal Dare.

Mais tarde, muitos trapezistas se tornaram famosos por copiarem a façanha, entre eles, os nomes mais conhecidos são Broberick Tiny, Gladys Ingles, Eddie Angel, Virginia Angel, Mayme Carson, Clyde Pangborn, Lillian Boyer, Jack Shack, Al Wilson, Fronty Nichols, Spider Matlock, Gladys Roy, Ivan Unger, Jessie madeiras, Bonnie Rowe, Charles Lindbergh, e Mabel Cody (sobrinha de Buffalo Bill Cody).

Oito wing walkers morreram em um período relativamente curto. Até mesmo o próprio grande Ormer Locklear morreu em 1920 durante a execução de uma tomada para um filme.

Dentre os walkers mencionados, podemos destacar um dos nomes femininos mais famosos: Gladys Ingles.

gladys_ingles_Canal_Piloto

Gladys Ingles foi membro de um grupo de shows aéreos conhecidos como Black Cats, com atividades muito populares nos anos 1920.

Em um dos filmes mais antigos gravados em voo, ela mostra o seu destemor numa clássica apresentação “salvando” um avião que havia perdido uma das rodas do trem de pouso.

Ela aparece com uma roda sobressalente sobre suas costas, se transferindo do avião de resgate ao outro que estava sem uma das rodas. Ela, então, se posiciona sob a fuselagem a poucos centímetros da hélice e instala a nova roda. Tudo isso sem paraquedas!

Existem muitas controvérsias que podem ser consideradas no vídeo. O fato de haver três aeronaves voando junto ao avião que estaria com problemas no trem de pouso, levanta a suspeita de que tudo teria sido muito bem planejado. Outro fato intrigante é uma tomada de câmera a partir do segundo assento do avião socorrido, que por outro ângulo não se vê o cinegrafista na posição, o que nos leva a entender que trata-se de uma câmera fixada estrategicamente voltada para a asa por onde Gladys iria passar.

Contestável ou não, certamente esta é uma façanha que muitos mecânicos jamais tentariam, mesmo com o avião no solo, e menos ainda com o motor funcionando.

Nascida em 20 de abril de 1884, seu último endereço conhecido foi em Oklahoma, e morreu em 1967 aos 82 anos em casa. A contar pela idade dela, sabemos que foi uma das poucas pessoas a viverem o resto da vida após terem sido wing walkers.

Por Alexandre Neves.

Dica de matéria: Rogerio Lima

Renato Cobel
Redes