Bristol Scout

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A Inglaterra foi sinônimo de avanço na aviação desde o primeiro e bem sucedido Royal Aircraft Factory S.E.2. Com alguns projetos abandonados, podemos dizer que o Bristol Scout é o segundo avião bem sucedido para aquela época. Inicialmente, esta aeronave monoposta foi projetada para ser um avião de corrida, mas por sua manobrabilidade e forma de voo “simples”, foi adquirida pela Royal Naval Air Service (RNAS) e Royal Flying Corps (RFC), para servir como uma aeronave de escolta ou de reconhecimento rápido.

Esta aeronave foi um dos primeiros monopostos a ser empregado como avião de caça, embora não fosse equipado com armamento algum no início. Com a versão posterior do Scout, a versão B, eles já empregavam dois fuzis apontados para frente, posicionados de uma forma que evitasse acertar as hélices durante os disparos.

Após o emprego de dois fuzis ter se tornado um tanto quanto perigoso, a versão C desta mesma aeronave foi criada, portando uma única metralhadora Lewis e um sincronizador para evitar que os tiros destruíssem as hélices.

No início da Primeira Guerra, os Scouts C e D foram utilizados para combater os Zeppelins alemães. Já que nenhuma metralhadora disponível se mostrava eficaz para avariar gravemente os dirigíveis, os britânicos utilizaram armamentos um tanto quanto incomuns para esta aeronave: “dardos” Ranken (Ranken dart). Essas bombas tinham as mesmas características dos explosivos Flechetes franceses, com 1 lb. Seu modo de uso consistia basicamente em subir até uma certa altitude acima do alvo, e mergulhar de forma que esses dardos fossem lançados e realizassem seus trabalhos em avariar o alvo.

Com estas operações, no entanto, nenhuma das bombas conseguiu atingir seus alvos. As que realmente atingiram não causaram nenhum dano aos Zeppelins. Por conta das posições onde se encontravam os alvos, muitos dos pilotos não conseguiriam retornar para o aeroporto de origem, então deveriam abandonar suas aeronaves no oceano após os ataques.

No total, foram 374 Bristol Scout produzidos entre 1914 e 1916. Essas aeronaves possuíam um motor Le Rhône 9C a pistão, com 80 cv de potência. Sua velocidade era de 151 km/h, com teto de serviço de 4.900 m. Tinham uma autonomia de duas horas e meia, e seu armamento era normalmente uma metralhadora Lewis ou Vickers.

Andrews Claudino