Antonov no Brasil, mais provável do que imaginamos

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Em 1946, em Novosibrisk, nasceu uma empresa de forma considerada “top-secret”, encabeçada por Oleg Antonov. A empresa seria especializada em turboélices para fins militares. Para o período, o An-2 foi uma grande conquista, tão grande e bem feita, que essas aeronaves operam até hoje em áreas bem remotas.

Em 1952, a Antonov saiu da Rússia e foi transferida para Kiev, uma cidade onde a infraestrutura é bem grande, mesmo após a destruição durante a Segunda Guerra. Em 1957, o departamento introduziu com êxito o An-10/An-12 na família de turboélices em produção em massa.

Esse modelo “presenciou” combates pesados, e já passou por muitos problemas como a Guerra do Vietnã, a guerra soviética no Afeganistão, e até mesmo uma mega operação para conter o desastre de Chernobyl. Em 1959, a empresa começou a construção e melhorias na base de Hostomel, atualmente conhecida como Aeroporto Antonov.

Nos dias de hoje, algo considerado até então improvável pode acontecer. O vice-presidente da Antonov Company irá assinar um protocolo com o governo baiano, para se instalar na Zona de Processamento e Exportação (ZPE) de Ilhéus – Isso mesmo, a Antonov pretende se instalar em Ilhéus, na Bahia.

Por enquanto, as intenções iniciais são de fabricar aviões An-38-100, com capacidade para 27 pessoas. Por incrível que pareça, isso não é uma assinatura de abertura de uma filial da Antonov, e sim a transferência da fábrica da Ucrânia para cá, trazendo também sua tecnologia.

A ZPE foi criada há 17 anos. A fábrica de Ilhéus tem previsão de começar a funcionar em janeiro de 2016. As intenções da Antonov de se instalar no Brasil se deram por conta dos conflitos entre a Ucrânia e a Rússia, atrapalhando muito os negócios da fabricante. O Brasil, como válvula de escape, aparentemente será o melhor lugar para eles. Só esperamos que não seja como a promessa da Fokker no Brasil.

Andrews Claudino