A estrutura de um Vant

Aprendemos durante o curso de piloto privado e demais categorias sobre as estruturas convencionais utilizadas em aeronaves, bem como matérias e componentes que são inerentes a qualquer estrutura, por mais diferente que o modelo seja. No entanto, em outros conceitos de aeronaves isso varia e muito, uma vez que sua performance e comportamento vai depender do objetivo do mesmo. Dessa forma, temos conceitos e materiais totalmente diferentes utilizados em veículos aéreos não tripulados. Por vezes, o mais leve nem sempre é o melhor. Uma boa razão L/D (sustentação/arrasto) não é sempre bem vinda, por incrível que pareça. Mas por que isso ocorre?

Como disse anteriormente, muita coisa numa aeronave depende do seu objetivo e operação, uma vez que ela começa a ser projetada a partir do motor. Então, partindo do pressuposto que o voo de um VANT é dado de forma a não se ter tripulação alguma, sem se preocupar com limites físicos e fisiológicos de um piloto, necessitando ser rápido e leve, absolutamente tudo muda. Um exemplo disso é o comportamento aerodinâmico de um VANT. Se ainda não reparou, busque imagens de modelos comuns e veja como são diferentes as estruturas das asas. Perceba como chega a ser confusa, em determinados modelos, a própria frente da aeronave. Tudo isso acontece em função de estabilidade de voo. O peso num veiculo aéreo não tripulado é extremamente bem dividido, de tal forma que, por vezes, a asa se aproxima do exato meio da fuselagem – algo que, como sabemos, jamais aconteceria numa aeronave convencional.

Um grande problema num VANT é que, como não há piloto, também não se tem a própria percepção do voo. Se o avião entrar em parafuso, dificilmente o controlador no solo saberá sair dele por não sentir o sentido do giro. Claro que existem equipamentos para tal tarefa, mas isso certamente dificulta o voo remotamente controlado. Desta forma, tudo é pensado visando jamais acontecer uma situação anormal ao voo. Alguns modelos chegam a usar o famoso Canard, empregado com o objetivo de jamais deixar a asa entrar em pré estol, e muito menos em estol. Em algumas superfícies e determinadas estruturas, como a empenagem, são utilizados materiais mais pesados do que em qualquer outra parte da aeronave. É usada até mesmo a própria sustentação negativa em certos momentos do voo, tudo para manter a estabilidade e impedir, como citei, uma situação anormal.

Um VANT é um tipo de aeronave muito diferente, respeitável por possuir características únicas, e sem dúvida deve ser mais estudada. Vale a pena, uma vez que os avanços e estudos nesse modelo podem gerar vantagens e avanços para o voo convencional também, como é o caso do próprio canard.

Eduardo Mateus Nobrega
Redes
Latest posts by Eduardo Mateus Nobrega (see all)