Mesmo sendo um protótipo abandonado, o CBA 123 Vector completa hoje 24 anos. Este turboélice, projetado para transportar 19 pessoas e realizar voos regionais, surgiu a partir de um programa de parceria da Embraer com a argentina FMA. Para a época, esse avião contava com tecnologias bem avançadas em aviônica, aerodinâmica e propulsão.
Com a integração econômica da America do Sul em 1985, o Brasil permaneceu com negociações avançadas com a Argentina. Naquele mesmo ano, a Embraer havia iniciado a produção do EMB 120 Brasília, e também havia iniciado um processo de design para uma aeronave com 19 lugares, a fim de substituir o EMB 110 Bandeirante.
Em 1986, com o intuito de incentivar a parceria entre os dois países, a Embraer fez um acordo com a FMA para desenvolver um avião argentino-brasileiro. O nome da aeronave que eles projetariam se chamaria “CBA”, que representava Cooperación Brasil-Argentina, ou Cooperação Brasil-Argentina.
Os custos e a carga de trabalho para o desenvolvimento da aeronave foram divididos entre 67% para a Embraer e 33% para a FMA. Esse projeto visava criar uma aeronave turboélice de alta tecnologia para ser certificada sob a norma EUA FAR 25. A aeronave seria alimentada por dois motores Garrett TPF351, montados na parte traseira, e hélices com configuração pusher de seis pás.
A intenção de um motor poderoso como esse, e naquela posição, era a de permitir que a aeronave usasse asas menores, o que proporcionaria uma velocidade de cruzeiro bem superior, além de aumentar o conforto dos passageiros durante os voos. No dia 18 de julho de 1990, com a aeronave pronta, o CBA 123 voou sem nenhum problema. Sua apresentação oficial foi no dia 30 de julho daquele mesmo ano.
Era um avião muito bem projetado, e o projeto de alta tecnologia tinha tudo para ser bem sucedido, mas essa alta tecnologia que garantiu o sucesso da aeronave, foi também o motivo para a sua morte. O custo final da unidade da aeronave ficou em US$ 5 milhões, muito alto para um avião daquele porte e para o mercado daquela época. Outra coisa que contribuiu com o cancelamento do projeto foram os novos investimentos do governo brasileiro, e a crise política que causou o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
Outro protótipo do CBA, que estava sendo construído pela FMA, foi interrompido com 80% de conclusão. O que sobrou da construção dele está armazenado na Argentina. O projeto custou no total US$ 300 milhões, e foi cancelado com dois protótipos construídos. Mesmo com essa falha, que gerou um custo muito alto, o projeto ajudou a Embraer a trabalhar e investir em novas tecnologias, o que levou ao sucesso dos projetos do Embraer ERJ 145 em diante.
O avião estava equipado com dois motores Garrett TPF351-20A, que geravam 1.300 hp cada, e faziam com que a aeronave voasse a uma velocidade máxima de 321 kt, velocidade de cruzeiro de 307 kt, e velocidade de estol de 80 kt. Seu alcance máximo era de 1852 km, com 19 passageiros a bordo e teto de serviço de 35.000 pés.
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