First Flights: Tupolev Tu-134

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Após a introdução dos motores na parte traseira da fuselagem, por parte da francesa Sud Aviation Caravelle, muitas fabricantes do mundo todo viram as vantagens de um fluxo de ar mais limpo sobre as asas, e também de um menor ruído na cabine. Elas passaram, então, a fabricar aeronaves com layouts semelhantes uns dos outros.

Por conta disso, os motores pesados na parte traseira foram um desafio para as fabricantes localizarem o centro de gravidade de suas aeronaves, ainda mais que, por conta da posição onde ficavam os motores, suas caudas deveriam ser mais resistentes, tornando essa região mais pesada e desafiando ainda mais as fabricantes com relação ao CG.

A história do aniversariante de hoje começa a partir do primeiro voo realizado pelo líder soviético Nikita Khrushchev, a bordo de um Caravelle. Após se impressionar com o silêncio da cabine da aeronave durante o voo, ela solicita à Tupolev, em 1960, a criação de uma aeronave com as mesmas características.

Com a finalidade de substituição dos Il-14s que realizavam rotas domésticas, a Aeroflot atualizou algumas especificações de requisitos, e solicitou que essa nova aeronave a ser construída tivesse uma carga útil maior, além de maior capacidade de passageiros. Essa aeronave seria designada como Tu-124A.

Com a construção do primeiro protótipo do Tu-124, surgiram diversos problemas durante os testes, principalmente nos estabilizadores horizontais. Após algumas modificações, a Aeroflot respondeu que a aeronave estava maior do que requisitado inicialmente, mas nada que não resolvessem. A Soloviev Bureau desenvolveu motores mais poderosos, que compensaram essa diferença, e em Novembro de 1963, a aeronave foi oficialmente designada como Tu-134.

A produção do Tu-134 começou em 1966. A aeronave atende voos de curtas distâncias, com capacidade original para 56 passageiros em classe única, ou 50 passageiros em duas classes. A partir de 1968, algumas variantes foram criadas, o que aumentou a capacidade para 72 passageiros. No entanto, as variantes diminuíram a autonomia máxima em quase 500 km.

Em seus primeiros anos, o Tu-134 desenvolveu uma reputação de confiabilidade e eficiência muito altas, ainda mais quando comparado com os projetos soviéticos anteriores. Mas após a ICAO estabelecer alguns padrões de ruídos em 2002, o Tu-134 foi banido da maioria dos aeroportos da Europa Ocidental, por conta de seus elevados níveis de ruído. Após um acidente fatal em 2007, a Aeroflot anunciou que iria aposentar todos os seus 162 Tu-134 que ainda estavam em operação. A última aeronave foi retirada de serviço no dia 01 de Janeiro de 2008.

No entanto, alguns exemplares ainda estavam em operações, servindo às empresas controladas pela Aeroflot. Estes realizavam rotas locais pela Rússia. Dentre os que foram aposentados, a maioria ganhou uma nova vida como jatos executivos, mesmo sendo bem caro custear uma aeronave como essa, por conta de seu consumo e manutenção. Após outro acidente fatal envolvendo um Tu-134 operado pela RusAir, foi ordenado que todos os Tu-134 se aposentassem até 2012. Hoje, muitos estão preservados em praças e aeroportos como parte histórica de toda a União Soviética.

Andrews Claudino