Como pudemos ver ao longo da semana, abordando especificamente o fly-by-wire e suas características, esse sistema é na realidade pouco compreendido, uma vez que as pessoas falam e julgam deliberadamente suas vantagens e desvantagens, associando-o a determinados modelos de aeronaves como Airbus e Boeing. Espero que, depois desta série, você que a acompanhou não confunda mais esses dois pontos, muito polêmicos inclusive. As pessoas acham erroneamente que esse sistema veio para impor ao voo uma automatização e perda de autonomia por parte do piloto, o que se faz deveras falso. Como discutido antes, o fly-by-wire, ao invés de limitar o voo, vem com o objetivo de proporcionar o próprio vôo, uma vez que este seria totalmente impraticável em determinadas condições, e compreensível quando se observa a teoria de alta velocidade. Sem o fly-by-wire, mesmo que tivéssemos a melhor tecnologia, não poderíamos voar em uma aeronave de grande porte.
Como citado por mim anteriormente nesta série, o fly-by-wire até hoje é o sistema mais popular, mas não podemos ser céticos e não acreditar que novos modelos e conceitos venham a ganhar fortemente o mercado, uma vez que seriam pensados para a economia e segurança do voo. Como tudo na aviação, o fly-by-wire também se moderniza, e assume novos conceitos com novas necessidades que surgem. Ou seja, ainda que muito utilizado, surgem todos os dias novas idéias, versões e aprimoramentos para ele. Este é o principal sinal de que uma ideia dá certo. No dia em que algo não puder mais ser evoluído e melhorado, estará com seus dias contados na aviação.
A visão que tenho para o futuro é de aeronaves total ou parcialmente equipadas com o fly-by-wire e seus derivados. Toda companhia buscará aviões com esses sistemas, uma vez que o próprio consumidor ficará mais informado e crítico quanto à segurança do voo no futuro. Outro motivo será a grande economia e as possibilidades que teremos em voar com esse sistema em uma aeronave: rotas mais longas, vôos mais rápidos, mais lucro. Tudo em função da diminuição do peso e aumento da segurança. Mas e o piloto?
O piloto e sua tripulação se manterão sem a menor sombra de dúvida intocáveis, uma vez que jamais existirá máquina para substituir o senso de perigo e necessidade humana. Sei que sou suspeito para falar isso, mas olhando a história e o presente, isso somente se comprova. Temos tecnologia de sobra para fazer carros se guiarem sozinhos, mas até hoje as pessoas não optaram por serem conduzidas por um computador, ao invés de terem a segurança de estar no controle.
Sejamos gratos por mais esse avanço tecnológico na aviação. A você que se interessa, sugiro que não se limite a esta série. Existem muitas características e histórias sobre o fly-by-wire disponíveis em livros e revistas que tratam sobre isso. Talvez um dia esse sistema esteja tão presente no nosso cotidiano que realmente precisemos estudá-lo e compreendê-lo, para poder se adequar às coisas mais simples no nosso dia-a-dia.
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