Infraestrutura Aeroportuária no Passado

Pesquisando um pouco sobre a história da estrutura dos nossos aeroportos, para escrever uma série, pensei na seguinte situação: sabemos como eram as aeronaves e como elas funcionavam desde o princípio, mas e os aeroportos? Como eram as pistas? E a segurança? Qual foi o detalhe mais marcante para o Brasil nesse aspecto? Juntando perguntas como essa, inicio essa série um tanto nostálgica e histórica. Como sabemos, é importante conhecermos nossa história para não cometermos os mesmos erros do passado, ainda mais quando se trata de algo que envolva a aviação.

Os aeroportos no passado definitivamente não eram como são hoje, bem como as aeronaves também não. Tudo era muito diferente e mais simples. Lembro que, quando pequeno, ia ao aeroporto e reparava bastante como as coisas funcionavam. Comparando com antigamente, hoje tudo parece muito mais complexo e sistematizado. O aeroporto era um lugar feliz e por vezes triste, encantador pra quem admirava aquelas máquinas indo e vindo, um local diferente… Hoje, o aeroporto é um lugar de alto stress, e só vai pra lá quem realmente precisa ir.

Desde o abastecimento até as luzes de solo, tudo era diferente, mais simples e sem a exigência de perfeição que existe hoje. Por exemplo, se as luzes de pista estiverem muito baixas, já é motivo pra um RELPER (relatório de perigo). Antigamente, em alguns aeroportos, as luzes noturnas eram produzidas por velas densas que brilhavam por horas, todas postas paralelamente à pista.

Cada vez que vejo algo funcionando perfeitamente hoje em um aeroporto, e tento imaginar como aquilo era feito no passado, eu me impressiono com a maneira que para tudo havia um jeito, e como as pessoas achavam muito seguros os métodos usados para garantir o pouso e segurança das aeronaves nos aeroportos. O ILS, por exemplo, só foi realmente utilizado em meados da década de 60, e no Brasil, cerca de 10 anos depois. Pense comigo: Na década de 70, o céu era o mesmo de hoje. As aeronaves eram igualmente grandes e lotadas, e a obrigação de pousar em segurança existia como hoje. Então, como se fazia sem um sistema de pouso automático nos aeroportos? O que era utilizado?

É com o intuito de responder a essas perguntas que convido vocês a descobrirem e relembrarem esses detalhes e curiosidades, sobre nossos aeroportos no passado. Vou procurar passar, ainda que de forma resumida, como funcionava cada pequena parte que você, que voa hoje, pode não dar muito valor. Mostrarei também o quanto foi necessário evoluir – e infelizmente, ocorrerem alguns acidentes – para se chegar no padrão que temos hoje. Em 15 anos, muito provavelmente outra pessoa escreverá sobre esse assunto e dirá: como eles conseguiam voar assim?

Eduardo Mateus Nobrega
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