Infraestrutura e segurança dos aeroportos no Passado: As concessões

É fato que os aviões mudam a cada momento: novos modelos, novos motores, novos pilotos… mas por vezes, esquecemos de um elo importante da aviação, que são os aeroportos. Eles também vem se transformando, ainda que de forma bem mais vagarosa e tardia, e se modificando para acompanhar as aeronaves. Nós precisamos também nos modificar para entender que algo, por mais que pareça estranho, pode ser bom também, ou como temos visto ao longo dos anos, até melhor do que o que tínhamos antes.

Uma grande novidade e assunto de discussão tem sido as privatizações dos nossos principais aeroportos. Fala-se muito na real vantagem de abrir mão do controle das entradas do nosso país. Alguns dizem que isso é vender o Brasil; já outros falam que isso será bom, no sentido de eficiência.

Acredito (e me embaso nisso pelo já visto atualmente), que de fato essa abertura de capital privado nos aeroportos trará um desenvolvimento para eles, num ritmo igual ou maior que o da demanda aeroviária. Obras colossais, que até chego a imaginar serem elefantes brancos, vão suprir completamente e com sobra as necessidades desses aeroportos.

A segurança nos sistemas vai sem dúvida ser mais eficiente e atualizada, mas com um grande porém: tudo precisa ser cobrado e regulamentado pelas agências reguladoras do nosso nada burocrático país, de forma que planos e metas saiam do papel sem que promessas transpassem gestões, ou mesmo uma novidade que chegue aqui já seja vanguarda em outros países desenvolvidos.

Existe aí uma linha muito tênue entre os limites de cobrança, que precisamos ter nessas novas empresas que assumirão os aeroportos, e a burocracia que não pode ser imposta ao desenvolvimento destes. Uma coisa, acima de tudo, é fato: o sistema atual não está nada bem, mas tem funcionado. Aos trancos e barrancos, a Infraero consegue administrar, e até mesmo manter, padrões internacionais nos nossos aeroportos – seja na área de segurança pré embarque, segurança de solo e pequenas invasões…e é aí que entra a falha da Infraero e do sistema como um todo.

Fazer grandes mudanças não depende somente dela, mas sim de todo um conjunto regido pelo Decea e derivados. Então, ainda que exista capital e necessidade, a demora é muito grande para mudanças emergenciais. A Infraero tem sido uma verdadeira mantenedora do padrão atual, mas precisamos de inovação como as que tem acontecido durante os anos, e desta vez, com a grande exigência de que não haja um acidente para que se precise de mudança.

O que gostaria de deixar é que, ao se deparar com o menor detalhe num aeroporto, até algo que você não ache muito importante, tente imaginar a aviação sem isso – ou mesmo de forma precária, como nos exemplos que citei durante a semana. Nem tudo começou como é hoje, por mais normal que pareça. Entender o passado para não repetir nossos erros precisa ser levado em conta sempre, ainda mais quando estamos falando de aviação.

Eduardo Mateus Nobrega
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