Interferência ilícita

Esse é um tema que já foi muito comum há alguns anos. Há quem diga que, durante o período da ditadura militar no Brasil, dezenas de pessoas eram enviadas e bancadas em países pelo mundo, a fim de realizarem treinamentos em milícias. Muitas vezes, supostamente, forneciam-se informações e conhecimentos a pessoas que tinham a intenção de sabotar voos e aeronaves em qualquer situação e a qualquer preço, mesmo que lhes custasse a vida. Então, o sequestro em si não é uma ideia isolada de um terrorista, e muito menos surgiu recentemente. Há muito tempo, isso era já cogitado.

Ainda durante a Segunda Guerra, dezenas de homens se ofereciam e eram treinados para sabotarem as aeronaves que transportavam líderes importantes. Um claro exemplo disso foram as inúmeras e infrutíferas tentativas durante o primeiro terço da Segunda Grande Guerra, em sequestrar ou mesmo sabotar a aeronave que transportava Adolf Hitler. Aqui no Brasil, até hoje se comenta sobre alguns acidentes aeronáuticos que ceifaram a vida de líderes políticos, durante e mesmo após os anos de chumbo. As militâncias era incansáveis, e na aviação, descobriram um meio muito “eficiente” de tirar de cena quem eles queriam, ainda mais em tempos onde a política de segurança simplesmente não existia. O sequestro e a sabotagem eram ideias brilhantes e novas.

Muitas pessoas associam a interferência ilícita a grupos radicais islâmicos como a Al-Qaeda, pelo triste fato que ocorreu em 2001. É tão forte esse pensamento que, para um americano, tornou-se assustador ver um árabe com uma pasta na mão, sozinho em um saguão de embarque. Seria cômico se não fosse triste. O terrorismo marcou a civilização de forma permanente, e livrar-se dele é praticamente impossível. Mas esta ainda não é uma luta perdida. Inúmeras saídas são viáveis. Da mesma forma que a tecnologia auxilia o terrorista, ela também pode nos proteger e ajudar nessa luta.

Esse vai ser o nosso tema essa semana. Vamos juntos entender como o terrorismo, em suas inúmeras formas e disfarces, conseguiu e consegue ainda atingir a aviação civil como um todo. Veremos que ainda estamos vulneráveis a esse mal que diariamente atenta contra a segurança de voo. Uma forma clara e objetiva de fazer isso é observar o que aconteceu com alguns voos que passaram por isso. Vamos avaliar a sucessão de “janelas” que foram “disponibilizadas” para que fosse frutífera a tentativa de sequestro ou sabotagem de uma determinada aeronave.

Muito recentemente, ocorreu um acidente com o voo 370 da Malaysia Airlines, onde dezenas de teorias foram levantadas para justificar o desaparecimento do avião sem deixar vestígios. Muita coisa conspirava a favor da crença que dizia ser um claro caso de interferência ilícita. Mas alguns fatores, analisados pelos investigadores e autoridades, logo descartaram essa teoria. Que fatores foram esses, e como se caracteriza um caso de interferência ilícita, é o que veremos na sucessão da série durante a semana.

Eduardo Mateus Nobrega
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