Não há fenômeno físico natural mais devastador do que um incêndio. Ele pode atingir proporções incalculáveis, e destruir um parque ambiental inteiro. Os incêndios marcaram a história da sociedade, dizimando cidades e regiões inteiras. Infelizmente, as ferramentas de que o homem dispõe para combatê-los não mudaram muito, e quando são necessários esforços mais intensos em emergências, recorre-se à aviação e a aeronaves especializadas para tal tarefa.
Quando solicitados, os pilotos dessas aeronaves realizam um dos mais belos trabalhos da aviação civil. Tão nobre quanto os voos humanitários, o voo de combate a incêndios é primordial para garantir a segurança de cidades inteiras, ou mesmo a conservação de grandes reservas ambientais. Hoje no Brasil não há uma atenção específica para o combate aéreo de incêndios. Desse modo, alguns tomam proporções imensas, em regiões de conservação ou de savana do serrado e extremo norte do país.
As práticas desse tipo de voo, mais especificamente em aviões, se equipara muito ao voo de pulverização agrícola. Obviamente, as aeronaves não precisam nem devem voar tão próximo à vegetação para alijar água, pois o ar extremamente quente que é emanado torna a atmosfera muito perigosa e instável para o voo, levando a um outro nível de dificuldade qualquer passagem baixa e aproximação do foco do incêndio. Os pilotos que trabalham nessas missões são muito treinados, e praticamente não fazem outro tipo de voo.
Esse assunto pouco falado na aviação, sugerido na página do Canal Piloto no Facebook, será o nosso tema desta semana. Vamos discutir e descobrir mais sobre como é feito o processo de combate a incêndios, as aeronaves utilizadas e os perigos envolvidos nessa tarefa. Veremos alguns vídeos divulgados em redes sociais, mostrando brevemente helicópteros recolhendo água em piscinas residenciais, ou grande aviões despejando milhares de litros de água sobre grandes focos de incêndio.
Na realidade, por mais emergencial e desesperador quem um grande incêndio pareça, tudo é feito com bastante segurança. Afinal, se uma aeronave se acidentar em função dessa atividade, as consequências serão bem maiores, com o agravante de perdas de vidas. O mais difícil em combater um incêndio é, acredite, localizá-lo. Nem sempre é possível determinar à noite a região onde este irá se propagar, ou onde é possível recolher água para as aeronaves, além do fato de que voar baixo e à noite é um risco a mais. Em contrapartida, as equipes de solo têm um raio limitado de alcance, pois não podem adentrar áreas de risco, ou longe demais de suas bases.
Juntos, no decorrer da semana, descobriremos mais sobre essa pouco falada e pouco conhecida, mas extremamente importante vertente do Serviço Aéreo Especializado.
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