O Boeing 367-80, ou Dash 80 como ficou conhecido na Boeing, foi um protótipo criado para demonstrar as vantagens de um avião a jato no transporte de passageiros. Também foi o protótipo principal para a criação do 707/KC-135 Stratotanker, que foi construído em série pouco menos de dois anos após o protótipo.
Na década de 50, após a aparição do De Havilland Comet, a Boeing viu que poderia fazer melhorias no projeto de suas aeronaves. Ela passou a produzir, de forma provisória, uma especificação para um avião a jato chamado 473-60C. Mas no começo, tal projeto não convenceu muito aos possíveis clientes, pelo simples fato destes não possuírem experiência com transportes a jato.
Vendo que não conseguiriam muitas vendas no meio civil, procuraram então vendê-lo aos militares. Estes também não tiveram grande interesse, por conta do mercado que estava então dominado pela Douglas Aircraft. Essas aeronaves atendiam a todas as necessidades das companhias aéreas e também dos militares. Além disso, nessa mesma época, estava sendo comercializado o bem sucedido DC-7.
Por conta desse cenário, a Boeing viu que a única maneira de superar essa desconfiança em seus aviões a jato era projetar e colocar no mercado uma aeronave que fosse completa. Uma espécie de investimento alto e arriscado, sem saber se conseguiriam clientes.
O primeiro passo da Boeing foi tentar gerar uma designação para os futuros modelos, que fossem diferentes dos modelos a hélice. As séries 300, 400, 500 e 600 já haviam sido utilizadas para designar mísseis e outros produtos. Desse modo, a Boeing decidiu que os jatos portariam o número 700. Para chamar ainda mais a atenção, eles pensaram numa repetição como 7-7, surgindo então o primeiro modelo dessa série, o 707.
Com o protótipo inicial, o 367, a Boeing pôde fazer estudos e incorporar algumas modificações. Depois disso, a Boeing anunciou publicamente a aeronave como 707. A referência para essa aeronave dentro da Boeing, no entanto, permaneceu como Dash 80, ou simplesmente 80.
Esse modelo, que transformou a Boeing na potência dos dias atuais, voou 2.350 horas, realizou 1.691 voos, e foi retirado de uso em 1969. Em 1972, a Boeing doou o 367-80 para o Air and Space Museum Smithsonian, que registrou o 707 como uma das 12 aeronaves mais significativas de todos os tempos.
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