O sequestro do Lufthansa 181 – Parte 3

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O sequestro do voo 181 da Lufthansa prolongou-se tanto e por tantas cidades, que as táticas para solucioná-lo complicavam-se cada vez mais. Depois de decolar de Dubai em direção a Omã, o voo mudou seu rumo para Aden, pois tiveram mais uma permissão de pouso negada, e duas pistas principais interditadas por veículos.

Novamente com falta de combustível, os possíveis aeroportos alternativos se tornaram impossíveis de chegar. Com isso, a tripulação teve uma ideia um tanto arriscada: gastar o restante do combustível sobre a cidade, e tentar um pouso forçado na pista de areia paralela às pistas principais.

Esta arriscada alternativa se mostrou funcional, e após a parada total da aeronave, o comandante acabou tendo permissão para deixar a aeronave e inspecionar os possíveis danos causados pelo pouso realizado na areia. No entanto, o comandante demorou muito para retornar a bordo da aeronave, mesmo com as ameaças de “Mahmud” em explodir o avião, o que levou o líder dos sequestradores a ficar extremamente nervoso.

Após o retorno voluntário do comandante à aeronave, “Mahmud”, nervoso, ordenou que o comandante se ajoelhasse no corredor da aeronave, entre as poltronas. Na frente de todos os passageiros, ele efetuou um disparo contra a cabeça do comandante, sem que este pudesse dar qualquer explicação.

Após o ocorrido e com a aeronave reabastecida, quem assumiu o comando foi o co-piloto. Conseguindo retirar a aeronave cuidadosamente da pista de areia, ele decolou para Mogadíscio, na Somália, onde, às 06:22 local, realizou um pouso não anunciado. O líder dos sequestradores “parabenizou” o co-piloto por ter realizado um trabalho sobre-humano, e disse-lhe que estaria livre para deixar o avião, já que não pretendiam voar para mais lugar algum. Mas o co-piloto recusou-se a deixar a aeronave com os passageiros e a tripulação restante.

Partindo disso, os sequestradores deram um ultimato ao governo alemão, estabelecendo um prazo de até as 16:00 para que os líderes do Baader-Meinhof e os demais presos palestinos fossem liberados e levados para Mogadíscio. Do contrário, explodiriam o avião com todos os ocupantes. O governo comunicou que atenderiam à exigência, mas o transporte levaria várias horas até a Somália. Assim, o prazo se estendeu até as 02:30 da manhã seguinte.

Andrews Claudino