O sequestro do Lufthansa 181 – Parte final

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Após efetuarem um pouso não autorizado em Mogadíscio, na Somália, os terroristas aguardavam que os palestinos fossem liberados até um prazo que foi estendido às 02:30 da manhã seguinte. O que eles não imaginavam é que a Alemanha preparava uma operação nomeada de Fogo Mágico. Às 20:00 locais, um 707 transportando cerca de trinta homens do grupo antiterrorista pousou em Mogadíscio todo apagado, para evitar chamar a atenção no aeroporto fechado para o tráfego aéreo civil.

Cerca de trinta minutos antes do prazo final, “Mahmud” foi comunicado de que os prisioneiros cujo resgate ele havia exigido já estavam no Cairo, e de que o avião deles estava sendo reabastecido. Mas claro, nenhum deles jamais deixou suas celas. Enquanto isso, dividido em pequenos esquadrões, o grupo de comandos alemães avançava pela traseira da aeronave, carregando pequenas escadas para alcançar as portas do avião. Enquanto o grupo se movimentava, os soldados somalis acenderam uma grande fogueira a 200 metros do avião, para chamar a atenção dos terroristas.

Nessa mesma hora, o grupo invadiu o avião pelas portas principais e pela janela de emergência sobre as asas, pegando de surpresa os sequestradores. Com a ação surpresa, o grupo matou três dos terroristas e feriu Souhalia Andrawes e uma mulher. Um dos passageiros até descreveu a ação:

“Eu vi uma porta sendo aberta e um homem com o rosto pintado de preto aparecendo e gritando em alemão que estavam ali para nos salvar e mandando todo mundo se abaixar. E então começaram os tiros.”

Logo em seguida, os passageiros foram evacuados pela aeronave pelos escorregadores. A partir deste fato, a República Federal da Alemanha anunciou que o país nunca mais negociaria com terroristas.

Como curiosidade: o Landshut serviu à Lufthansa até 1985, quando foi vendido. Ele operou em diversas companhias aéreas pelo mundo e, em 2008, passou a voar para a brasileira TAF Linhas Aéreas, registrado como PT-MTB. Hoje, a aeronave encontra-se apodrecendo em Fortaleza. O nome Landshut é usado até hoje por um A330 da Lufthansa.

Andrews Claudino