O avanço das armas em aviões acabou tomando enormes proporções, e a tecnologia progrediu em alta velocidade. Os aviões de combate do império alemão Fokker Scourge, por exemplo, eram monoplanos com armas atrás das lâminas da hélices. Mas para evitar que estas fossem destruídas, as aeronaves foram equipadas com um sincronizador entre a arma e a hélice. Este sincronizador acabou dando uma vantagem gigantesca contra os inimigos mal armados, mas a maior vantagem mesmo acabou sendo o efeito psicológico, no momento em que foi anunciada a sua introdução em serviço.
Este sincronizador tinha uma espécie de motor ligado à arma, com uma fonte para retardar o disparo no momento em que a hélice cobria o campo de tiro. O grande problema disso foi que, mesmo com as hélices girando relativamente mais lentas nas aeronaves da Primeira Guerra, elas tinham um giro de duas ou três voltas para cada tiro de metralhadora.
Um exemplo: se a hélice possuísse duas pás, ela obstruiria a arma seis vezes a cada ciclo de disparo, e uma hélice de quatro pás interromperia os disparos doze vezes. Ou seja, a maioria das armas não trabalhava em seu máximo, efetuando sete disparos por segundo contra quarenta interrupções a cada segundo.
Com o avanço das armas, ficando mais rápidas e potentes, alguns requisitos foram necessários para que esse sistema funcionasse de forma segura, e com menos perda de ação possível. A primeira melhoria foi feita nas hélices, fazendo com que uma peça, por ligação mecânica, transformasse o movimento rotativo da hélice em movimento linear ou vice-versa, acionado a partir de alguma parte do motor rotativo com a mesma velocidade da hélice. Gerava-se, assim, uma série de impulsos com a mesma taxa de revolução da hélice.
O segundo passo foi tornar o disparo da arma confiável, utilizando os sistemas de expulsão da cápsula da câmara, e um sistema que retardasse o sistema de disparo da arma pela culatra, tornando-as mais confiáveis do que um sistema no gatilho. Por fim, o terceiro passo foi a ligação entre o motor e a arma, com os sistemas antigos que eram frágeis, podendo atolar ou se despedaçar com facilidade. Os métodos alternativos foram ligar hastes oscilantes em uma unidade flexível, com uma coluna de fluído hidráulico, ou um cabo com conexão elétrica. Claro que não era infalível, mas a chance de falha era bem menor.
Tudo isso foi feito para seguir o avanço das armas, que tinham um ritmo de 400 tiros por minuto. Com essas armas, os novos sistemas se tornaram bem confiáveis. Já para as armas mais rápidas, com uma taxa entre 800 a 1.000 disparos por minuto, esta engrenagem tinha que trabalhar em uma velocidade mais alta, sendo assim sujeita a falhas. Com as instalações de duas armas na mesma aeronave, o atraso entre elas era de uma fração de segundo, mas graças às modificações, as armas se tornaram totalmente funcionais.
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