Tetsuzō Iwamoto, um ás da aviação japonesa

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Tetsuzō Iwamoto foi um piloto que atingiu uma boa quantidade de vitórias em batalhas, e se tornou um ás entre os pilotos da Marinha Imperial Japonesa. Também foi um dos únicos pilotos japoneses a sobreviver à guerra. Ele foi o principal piloto de caça do Japão. O único piloto que chegou próximo de seus feitos foi o Sub-Tenente Saburō Sakai.

Iwamoto nasceu no dia 15 de junho de 1916, e entrou pra Marinha Imperial em 1934, com intenções de fazer parte do quadro de pilotos navais. Lá ele ingressou como quarta classe, e em 5 meses, recebeu a terceira classe. Em 1936, ele já era mecânico naval de segunda classe, e tripulante do porta-aviões leve Ryūjō. Com muito estudo, ele passou no exame para pilotos, e em dezembro daquele mesmo ano, formou-se como piloto.

Após muito treinamento e duas promoções, Iwamoto participou do primeiro combate em fevereiro de 1938, na cidade de Nanchang, China. Sua missão era garantir a segurança do cargueiro Mitsubishi G3M, que ele e seu esquadrão escoltavam. Durante a missão, surgiram dezesseis aeronaves I-15 e I-16, que seguiram para interceptar a esquadrilha a 5000 metros de altitude. Nesse combate, Iwamoto conseguiu sua primeira vitória, ao disparar contra o inimigo a 50 metros de distância.

A segunda vitória veio nessa mesma missão, quando um I-15 tentou realizar um ataque contra sua retaguarda. Iwamoto realizou uma manobra evasiva, onde despistou o inimigo e conseguiu se colocar em uma posição vantajosa, alvejando a outra aeronave. As demais aeronaves também não se mostraram difíceis. No total, Iwamoto conseguiu alvejar quatro aeronaves inimigas em sua primeira missão.

Naquele mesmo ano, Iwamoto participou de outros conflitos intensos contra a força aérea chinesa. No total de todas as suas missões, ele conseguiu avariar 82 aeronaves e obter 14 vitórias em combates ar-ar, tornando-se um ás da aviação militar. Em setembro de 1938, com 22 anos de idade, foi transferido de volta para o Japão e se tornou membro do Saiki Air Group, onde foi nomeado instrutor de voo.

Na Segunda Guerra, foi convocado para fazer parte do quadro de pilotos de combate. Desde 1941 até 1945, ele combateu aeronaves como F-4F, P-38, F-4U, P-39, P-40, F-6F, P-47, P-51, Spitfire, SBD w/No, SB2C, B-25, B-26, B-24, B-29, PBY5A, Martin Mariner e também metralhou 3 navios Destroyers, além de detonar algumas centenas de veículos terrestres. Em todas essas missões, ele obteve mais de uma vitória. No total, foram 228 vitórias aéreas, 202 avariações sérias (também consideradas vitórias), 26 vitórias com ajuda de outra aeronave, e 27 vitórias não confirmadas. Foi danificado duas vezes, e derrubado duas outras vezes.

Sua vida pós-guerra não foi muito fácil, sendo convocado duas vezes para responder como criminoso de guerra. Iwamoto foi colocado na lista negra para prestar serviços no setor público, e as empresas não-governamentais de sua cidade natal não o contratavam por ainda haver desejos das forças militares em o convocarem novamente, se necessário. Os jornalistas e programas anti-militarismo contribuíram para que ele não fosse bem aceito em quase todos os lugares.

Em 1952, Iwamoto finalmente conseguiu um emprego em uma fábrica de fiação, a Daiwa Bouseki (hoje nomeada de Daiwabo Co.), onde permaneceu trabalhando até o verão de 1953, quando teve fortes dores na região da barriga. Após consultas, ele foi diagnosticado com enterite. Mais tarde, foi diagnosticado com apendicite. Depois de uma série de operações, voltou ao hospital com dores nas costas. Lá ele foi operado novamente. Por uma causa desconhecida, foram-lhe removidas quatro costelas sem anestesia, o que o levou a ter septicemia e envenenamento no sangue. Em 1955, o ás da aviação japonesa morreu em sua casa. Suas últimas palavras à sua esposa foram: “Quando eu ficar bem, quero voar de novo”.

Andrews Claudino