Voo MH17: interrompido por um míssil?

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Infelizmente mais uma catástrofe aérea acontece e tira a vida de mais de 290 pessoas. Neste texto, iremos tentar mostrar uma visão mais militarizada sobre a atual situação em que se encontra a Ucrânia. Como já sabemos, inicialmente houve notícias de um desaparecimento de uma aeronave da Malaysia Airlines, e quase na mesma hora, veio a confirmação de que a aeronave havia caído.

Pouco depois do ocorrido, a mídia internacional especulava que a aeronave havia sido abatida por um míssil terra-ar, e poucas horas depois do relato, foi especulado de que a real intenção era abater a aeronave do Chefe de Estado russo, Vladimir Putin. Por uma provável assimilação, houve um engano entre o 777 da Malaysia com o Il-96 onde estava Putin. Vamos então a algumas informações:

Há alguns meses atrás, mais precisamente em Abril, a FAA proibiu as empresas aéreas americanas de sobrevoarem a região entre a Crimeia e o Mar Negro. O motivo da proibição é direto: uma possível falta de comunicação entre os espaços aéreos russo e ucraniano pode ocasionar um potencial erro entre a assimilação com as aeronaves civis e militares.

Curiosamente, a zona de exclusão aérea não incluía a parte continental da Ucrânia, mais precisamente a região de Donetsk, onde não havia “guerra” declarada, e é onde o voo da Malaysia passava no momento do acidente. A Malaysia Airlines realizava essa rota regularmente, com um voo diário.

Agora um fato que pode intrigar bastante: no final de junho desse ano, as forças de auto-defesa da República Popular de Donetsk assumiram o controle de uma instalação militar A-1402, e da base anti-aérea ucraniana. Ao que tudo indica, essas forças de auto-defesa são classificadas como milícias, e agiram com pelo menos duas tropas de segurança interna na Ucrânia oriental. Os anti-aéreos utilizados por eles hoje são os S-300 e o 9K37 Buk de médio alcance.

Se a aeronave foi realmente abatida, somente o S-300 e o Buk têm autonomia e capacidade suficiente para atingir um avião comercial em altitude de cruzeiro como o da Malaysia. O Buk é o sucessor do Vympel 2K12 Kub, e é um anti-aéreo que pode atingir altitudes entre 11.000 e 25.000 metros. Hoje, é o único sistema anti-aéreo terra-ar na Ucrânia capaz de atingir um avião voando a 10.000 km.

Andrews Claudino