Entre as décadas de 1930 e 1940, a Itália esteve sob um dos regimes políticos mais controversos da história da humanidade. Trata-se do fascismo, um regime totalitarista caracterizado pela idolatria ao Estado, pelo poder centralizado em um único partido, e pela mobilização total da população em prol de objetivos militares. No início desse período, a Itália já ocupava a terceira posição entre as nações com maior transporte aéreo de passageiros, atrás apenas da Alemanha e da França. Mesmo assim, sua aviação civil era composta, apenas, de pequenas companhias lutando para sobreviver em um mercado com poucas décadas de existência.
Em vista dessa situação, o regime fascista italiano ordenou a fusão de quatro pequenas companhias aéreas da Itália – Società Aerea Mediterranea (SAM), Società Anonima Navigazione Aerea (SANA), Società Italiana Servizi Aerei (SISA) e Aero Espresso Italiana (AEI) – dando origem à Ala Littoria, no ano de 1934. Seus principais destinos incluíam as colônias italianas ao norte da África, dentre as quais incluíam-se Tripolitânia, atual Líbia, e parte da Somália.
Como seria de se esperar de uma companhia aérea estatal sob um regime ultranacionalista, as aeronaves da Ala Littoria eram de fabricação exclusivamente italiana. Predominavam, portanto, os modelos dos fabricantes Savoia-Marchetti, Breda, Caproni e Macchi. No ano de 1934, uma destas aeronaves efetuou um voo experimental de Roma a Mogadíscio, capital da Somália. À época, o voo constituiu um recorde de distância no transporte de passageiros e malotes postais. No ano seguinte, o trajeto seria incorporado regularmente à malha da Ala Littoria, recebendo o nome de “Linea dell’Impero”, ou “Linha do Império” em tradução para o português.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, o regime fascista passou a empregar a Ala Littoria nos serviços de transporte militar. No entanto, os impactos da guerra foram demasiados para a sobrevivência da companhia aérea, que encerrou suas operações no ano de 1945.
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