A República Oriental do Uruguai – ou simplesmente Uruguai, como é mais conhecida – é um dos menores países da América do Sul. Dividindo fronteiras com o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, o Uruguai está à frente apenas do Suriname em termos de tamanho territorial na região. Suas pequenas dimensões, no entanto, não impedem que o país ocupe o primeiro lugar nos rankings latino-americanos de democracia, qualidade de vida e ausência de corrupção, além de possuir a maior liberdade de imprensa em toda a América do Sul.
O Uruguai foi representado na aviação civil mundial pela Pluna Líneas Aéreas Uruguayas, sua companhia de bandeira entre os anos de 1936 e 2012. Apesar do nome se assemelhar em muito à palavra “pluma” (“pena”, em espanhol), ele é na verdade um acrônimo para “Primeras Líneas Uruguayas de Navegación Aérea”. A companhia foi fundada pelos irmãos Jorge e Alberto Márquez Vaesa, que através do então embaixador britânico no Uruguai, Sir Eugen Millington-Drake, conseguiram a aquisição de duas aeronaves De Havilland Dragonfly para iniciar suas operações. As aeronaves foram postas em serviço, e logo no seu primeiro ano de operações, transportaram 2.600 passageiros, 20.000 volumes postais e 70.000 jornais, um recorde para a época.
As primeiras operações partiam da capital uruguaia, Montevidéu, com destino às cidades de Salto e Paysandú. Os destinos internacionais chegaram à malha logo após a companhia adquirir seus primeiros Douglas DC-3, com os quais voaram para localidades como Santa Cruz, na Bolívia, Buenos Aires, na Argentina, e Porto Alegre, no Brasil. O crescimento da companhia nas décadas seguintes mostrou-se bastante modesto, agravado inclusive pelo cancelamento de destinos como Nova Iorque e Miami. Uma acertada solução estratégica adotada pela companhia, nessa ocasião, foi incluir a cidade de Punta del Este entre os seus destinos, após perceberem que esta despontava como destino turístico.
Boeing 737-200 da Pluna Airlines, em pintura similar à da brasileira Varig
Após um longo período em que a companhia foi de propriedade majoritariamente estatal, em 1995, a Pluna foi vendida a um consórcio argentino, que posteriormente a repassou às mãos da brasileira Varig. As aeronaves da companhia uruguaia passaram a adotar uma pintura bastante parecida com a utilizada pela sua contraparte brasileira. Posteriormente, em 2007, a Pluna contratou a companhia australiana de design Cato Partners, em busca de uma nova identidade visual. Valendo-se de uma interpretação em que a palavra “Uruguai” pode ser traduzida como “Rio de Pássaros Pintados”, as aeronaves passaram a ostentar uma coloração predominantemente branca, com pássaros coloridos em sua fuselagem. Cada aeronave trazia uma cor diferente aos pássaros nela pintados, em diferentes tonalidades – algo bastante parecido com o que havia sido feito décadas anteriores, pela americana Branif International Airways.
Aeronaves Bombardier CRJ-900 da Pluna Airlines com sua nova pintura, em diferentes tonalidades
No início da segunda década do século XXI, já de volta às mãos do governo uruguaio, a Pluna Airlines enfrentou severas dificuldades financeiras. Entre as causas do problema, estiveram o protecionismo da Argentina (onde a Pluna concentrava 21% de suas operações) para com suas próprias companhias aéreas, além da estagnação da economia brasileira em 2008, onde a Pluna também encontrava considerável parte de seus destinos – oito, de um total de doze. No dia 5 de julho de 2012, apenas dois dias após deflagrar-se uma greve de funcionários e tripulantes, o governo uruguaio decidiu por encerrar as operações da Pluna Airlines. Sua frota então contava com 13 aeronaves Bombardier CRJ-900, com uma média de apenas 2,7 anos de uso.
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