A história da Real Aerovias tem início no ano de 1945, quando dois ex-pilotos da TACA Airlines, Vicente Mammana Netto e Linneu Gomes, decidiram dar início à sua própria companhia aérea. Para isso, adquiriram três aeronaves Douglas DC-3, com as quais, tão logo foram autorizados, iniciaram operações partindo de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro e Curitiba. Nascia assim a Real Transportes Aéreos, sendo o primeiro nome um acrônimo para “Redes Estaduais Aéreas Limitadas”.
Para se estabelecer em um mercado onde já havia certa concorrência, a Real Aerovias adotou a estratégia de oferecer passagens com preços reduzidos, já que seus custos operacionais também eram menores do que os dos seus concorrentes. E a exemplo do que já ocorria com outras companhias no mercado mundial, a Real Aerovias expandiu-se através da aquisição de outras companhias aéreas, como as Linhas Aéreas Wright, em 1948, as Linhas Aéreas Natal, em 1950, e a Linha Aérea Transcontinental Brasileira, em 1951. Com isso, sua frota de aeronaves Douglas DC-3 saltou de 3 para 20 unidades, comprovando o sucesso da estratégia.
O grande salto na expansão da companhia ocorreu em 1954, quando esta já operava voos internacionais para o Paraguai. Naquele ano, a Real Transportes Aéreos adquiriu a Aerovias Brasil, tornando-se assim a Real Aerovias. Com a incorporação de profissionais experientes e influentes, provenientes da companhia adquirida, a Real Aerovias adquiriu prestígio e a possibilidade de voar em todo o território nacional. Essa possibilidade se consumou quando, em 1956, uma parceria com a Transportes Aéreos Nacional criou o Consórcio Real-Aerovias-Nacional.
Legalmente, o novo consórcio era composto de três pessoas jurídicas diferentes, que na prática, operavam como se fossem uma única companhia. O consórcio logo dominou as rotas entre São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de criar uma rota para a nova capital do país, Brasília, quando esta ainda estava em construção. Toda essa expansão elevou o número de aeronaves na frota da companhia para 117, e colocou a Real Aerovias no sétimo lugar do ranking mundial da IATA, a maior posição ocupada por uma companhia brasileira até então. Sua frota de aeronaves Douglas DC-3, inclusive, chegou a ser a maior de todo o mundo, com 86 unidades.
No ano de 1960, a Real Aerovias já possuía aeronaves Lockheed Super Constellation, com as quais operava voos internacionais para os Estados Unidos, Japão e Hawaii. Outras aeronaves Lockheed Electra e Convair CV-990A já se encontravam encomendadas, quando a Real Aerovias foi vítima de sua própria estratégia de expansão. Naquele ano, a companhia foi adquirida pela Varig, que por sua vez, utilizou as aeronaves Convair e Electra em suas futuras rotas. Estas últimas, inclusive, foram utilizadas na Ponte Aérea Rio-São Paulo, uma rota já dominada pela Real Aerovias.
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