Aeronaves Históricas: Lockheed Constellation

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Assim como o Douglas DC-3, o Lockheed Constellation foi outra aeronave a protagonizar a História das Companhias Aéreas. Carinhosamente apelidado de “Connie”, o Lockheed Constellation foi desenvolvido visando atender uma nova oportunidade que despontava no mercado aeronáutico: os voos intercontinentais.

O projeto foi encomendado pela TWA – Trans World Airlines em 1939, quando um de seus acionistas majoritários, Howard Hughes, apontou a necessidade de uma aeronave para 40 passageiros, algo inédito até então. A partir de um projeto em andamento da Lockheed – o L-044 Excalibur, que não chegou a ser concluído – nascia uma poderosa e imponente aeronave de 35 metros de comprimento, 38 metros de envergadura e 7,5 metros de altura. Seu design se distinguía pela cauda com três estabilizadores verticais, e pelo corpo em formato de golfinho. O conjunto era impulsionado por 4 motores Wright R-3350. Cada motor possuía nada menos do que dezoito pistões, produzindo impressionantes 3.250 hp de potência.

O Lockheed Constellation foi a primeira aeronave pressurizada a ser utilizada em larga escala, o que colaborou ainda mais com o sucesso dos voos intercontinentais. Em 6 de fevereiro de 1946, a TWA efetou seu primeiro voo de Nova Iorque a Paris, utilizando um Constellation. Não demorou para que fossem seguidos pela Pan Am, que em 17 de junho do ano seguinte, criou um serviço de voos de “volta ao mundo” com a aeronave.

Entre os inúmeros registros históricos envolvendo o Lockheed Constellation, um em particular chama a atenção: após quebrarem um recorde de velocidade no trecho Burbank – Washington (533 Km/h), operando pela TWA, o piloto Howard Hughes e o presidente da companhia, Jack Frye, fizeram uma escala em Wright Field, no estado de Ohio, para deixar ali um passageiro ilustre. Orville Wright, que divide com seu irmão Wilbur os créditos de inventor do avião, desembarcava do que seria o último voo de sua vida, não sem antes constatar que a envergadura do Constellation era maior do que a distância de seu primeiro voo.

Lockheed Constellation da Panair do Brasil, em exibição no Museu da TAM, em São Carlos/SP
Lockheed Constellation da Panair do Brasil, em exibição no Museu da TAM, em São Carlos/SP

O Lockheed Constellation foi utilizado por inúmeras companhias ao redor do mundo, incluindo as brasileiras Panair e Varig. Sua obsolescência chegou apenas quando foram criadas as primeiras aeronaves a jato, contra as quais nenhuma aeronave a pistão poderia competir. O último voo regular com um Constellation foi efetuado em 11 de maio de 1967, após 21 anos de serviço à aviação civil. O modelo continuou sendo utilizado na aviação cargueira e na logística militar, até ser definitivamente aposentado.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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