O Gripen E, uma das aeronaves mais eficientes do planeta, combina tecnologia avançada e eficácia operacional em um pacote acessível que nenhum outro avião de caça pode até mesmo esperar combinar. O Gripen NG teve sua concepção na Guerra Fria, quando a Suécia sentiu a necessidade de uma aeronave que superasse os caças inimigos e possibilitasse exercer superioridade aérea.
A Suécia possui invernos longos e rigorosos, com amplas áreas sem população. O terreno apresenta um ambiente hostil para a operação de qualquer aeronave, embora tenha sido este, o boicacas do Grifo.
O Gripen é uma aeronave leve, multifunção, monomotora, projetado para substituir o SAAB-35 Draken e o SAAB-37 Viggen, da Força Aérea Sueca.
J.A.S. Caça, Ataque e Reconhecimento
O Gripen E é a versão mais avançada da aeronave adquirida recentemente pela FAB. Desde o início do programa FX-2 e a possibilidade de compra, o Gripen gerou muitas dúvidas, pois suas primeiras versões não eram condizentes com as dimensões continentais do nosso país. Muitos menos possuíam especificações e performance adequadas para ser o novo caça da Força Aérea Brasileira.
Mas a versão NG incorpora tantos avanços, que comparada às versões anteriores, faz com que ela se torna uma nova aeronave, tendo, dentre muitas outras melhorias, o cockpit mais impressionante da aviação militar, comparado ao F-35 Lightning II.
Segundo a fabricante, o caça apresenta um dos menores custos operacionais e de logísticas.
Queridinho da FAB
O que mais pesou na decisão da FAB, foi a transferência de tecnologia e as possibilidades de que os mais novos caças da Força Aérea sejam desenvolvidos em conjunto com empresas brasileiras, o que era fundamental para a escolha do grifo sueco.
O Brasil terá propriedade conjunta de 100% do avião e estima-se que 80% do corpo da aeronave será produzida no país.
A escolha baseou-se na melhor relação entre:
- Transferência de Tecnologia
- Performance
- Custo de Aquisição e Operação
Segundo o Ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi a melhor escolha levando em relação esses três itens.
Geopolítica e buscas por novas tecnologias também pesaram na escolha do sueco em relação a caças norte-americanos e franceses, deixando o Gripen na dianteira, graças as insatisfações do Brasil em relação as políticas dos demais concorrentes.
Embraer
Antes de o Gripen entrar em cena, outro programa militar bilionário ocorreu, porém na década de 80. Este resultou na excelência e na rentabilidade de uma das maiores e mais valiosas empresas brasileiras, a Embraer.
O projeto Ítalo-brasileiro, que visava desenvolver um caça subsônico, proporcionou a Embraer posse de novas tecnologias em aerodinâmica e eletrônica embarcada.
O desenvolvimento do Gripen em território nacional possibilitará às próximas gerações de aeronaves tanto civis quanto militares, o gene do futuro caça brasileiro.
Quando o Brasil entra no jogo?
A aquisição de 36 aeronaves de caça Gripen NG, para equipar a Força Aérea Brasileira, tem previsão de entrega até 2018. O cronograma também visa 120 aeronaves até 2023 e inclui uma extensa transferência de tecnologia para o Brasil.
Mais de 350 brasileiros fazem parte do programa. Muitos deles já estão sendo treinados na Suécia onde a transferência de tecnologia ocorre. A SAAB efetua um trabalho de integração, onde os engenheiros brasileiros podem escolher as melhores ideias que encontram nessa âmbito.
Nessa fase, a cooperação entre engenheiros e pilotos é fundamental, quanto maior o conhecimento do avião em si pelos engenheiros, melhor flui o trabalho posterior. Aprender metodologias de trabalho, entender como funciona o motor e outros detalhes da aeronave, são ferramentas importantíssimas, que compreendidas lá, mais tarde serão trazidas e multiplicadas no Brasil.
O contato com uma das maiores empresas de tecnologia da área de defesa no mundo, faz com que os profissionais brasileiros não só estudem, e sim tenham a experiência vivenciando situações. Os engenheiros chegam a passar semanas testando simuladores para sentirem-se como um piloto e ter a real dimensão de suas necessidades.
Pela primeira vez em 75 anos de existência, a Força Aérea Brasileira terá um caça de acordo com sua real necessidade e com a tecnologia condizente a seu tempo. Tudo isso ocorre paralelamente a outro projeto, uma aeronave de transporte tático que já está em fase final: o KC-390.
Esse é um projeto sem atrasos e com o primeiro caça já quase pronto. Falta apenas juntarmos as pecinhas do quebra-cabeça, que serão reunidas também no Brasil. Em termos de capacidade, combate e alcance operacional, o novo Grifo equivale a cinco caças Northrop F-5 EM recentemente modernizados, que hoje são as principais aeronaves militares a serviço do Brasil.
Sendo uma escolha política ou não, o Saab JAS 39 Gripen NG será fundamental para o crescimento e continuidade do tão elevado nível tecnológico em que se encontra a indústria bélica brasileira.
- Imagem 1: Gripen Blogs
- Imagem 2: Arz1969 via Wikimedia Commons
- Imagem 3: Oleg V. Belyakov – AirTeamImages via Wikimedia Commons CC BY 3.0
- Imagem 4: Antônio Milena/ABr via Wikimedia Commons CC BY 3.0
- Imagem 5: Saab.com
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