Nessa quarta-feira (13), um leilão de bens apreendidos com traficantes durante operações policiais foi feito em Porto Alegre (RS). Entre os bens que foram leiloados, como imóveis, joias e veículos, com lances iniciais que variavam de R$ 200 a R$ 8 mil, estava um Piper PA-23-250 Azecta. O avião foi arrematado pelo módico valor de R$ 32 mil reais.
O Piper chamava atenção pelas condições em que se encontrava, já que estava parcialmente desmontado e sem seu motor. O novo dono do avião é Laudelino Duarte, dono de uma oficina de mecânica de aeronaves. Duarte se manteve firme nos lances desde o início das ofertas, que começaram com o valor de R$ 4 mil.
“Ela está usada e precisa de reparos, mas dá para recuperar, já que tenho uma oficina de conserto de aviões”, explicou Duarte, ao avaliar que uma aeronave semelhante, em funcionamento, pode custar até US$ 100 mil.
A organização do evento disse que o público foi bem maior que o esperado. O auditório recebeu aproximadamente 500 pessoas, ante uma previsão de 300, fazendo com que o leiloeiro adotasse uma postura mais explicativa, lendo todo o edital e esclarecendo dúvidas. Com isso, o leilão começou às 11h, uma hora depois do horário previsto, gerando muita desistência e manifestações calorosas da plateia.
Boa parte do público era composta por negociantes de veículos e imóveis em busca de um bom preço para revenda. No entanto, alguns reclamavam do alto valor ao qual os lances chegaram, o que prejudicaria a revenda, como afirma o empresário Marcos Correia.
“O leilão está bom, mas os preços estão muito altos, porque muitos dos veículos não têm motor ou têm dívidas. O pessoal se empolgou. Isso é muito bom porque ficam nos pátios virando sucata, poderiam até ser usados pela Polícia Militar, que sofre muito com a falta de viaturas” disse. No entanto, Marcos parabeniza a iniciativa das autoridades públicas de vender os bens.
Wilson José Maria de Souza, comerciante, viajou 475 km para comparecer ao leilão. Ele arrematou três veículos, pelos quais desembolsou ‘R$ 20 mil nessa brincadeira’. “Tem que fazer mais desses leilões, é bom para o Estado porque entra dinheiro nos cofres e, ao mesmo tempo, alguém também pode ganhar dinheiro com isso”, afirmou.
O governo deveria leiloar horas de voo também, não acham?
Por Antonio Ribeiro
Imagem: Divulgação
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